Renan Holanda
G1 PE
A 17ª edição do Cine PE vai aproveitar a proximidade das copas das Confederações e do Mundo para juntar o esporte e a sétima arte. Neste ano, o tema do festival, que começa no próximo dia 26 e segue até o dia 2 de maio, será "Brasil, país do futebol e do cinema". Ao todo, 39 filmes estarão em exibição no Teatro Guararapes, no Centro de Convenções, em Olinda, dos quais 25 integram a mostra competitiva.
Sete longas-metragens, todos inéditos, vão concorrer ao prêmio de melhor filme. "O curioso é que alguns desses filmes são dirigidos por críticos de cinema, como é o caso de José Wilker e Celso Sabadin", observou a diretora do Cine PE, Sandra Bertini. A ficção "Giovanni Improtta", de Wilker, irá abrir a competição. O documentário Rio Doce-CDU, de Adelina Pontual, é a única produção pernambucana concorrendo na mostra de longas. Outros 18 filmes integram a competição de curtas.
Dentro da programação, o futebol se fará presente de várias maneiras. Nos dias 27 e 28 de abril, haverá uma mostra especial com três curtas, intitulada "Brasil, País do Futebol". Além disso, o festival ainda terá um seminário sobre a economia do entretenimento e as conexões do audiovisual com o negócio esportivo, que terá a presença do presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho.
O Cine PE também promoverá, no dia 1º de maio, uma partida beneficente, em local a definir, entre artistas locais e ex-jogadores de futebol. Uma visita guiada à Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, e a exibição de imagens raras de jogos dos três grandes times do Recife nas décadas de 1960 e 70 completam essa sinergia entre o esporte bretão e a sétima arte. "A gente até está pedindo para as pessoas, inclusive de outros estados, irem ao festival com as camisas dos clubes que torcem, para mostrar essa paixão pelo futebol", afirmou o diretor do Cine PE, Alfredo Bertini.
A noite de encerramento, no dia 2 de maio, terá a exibição do filme "Os Sonhos de um Sonhador - A História de Frank Aguiar", ficção do diretor Caco Milano. O longa narra a história do músico e político piauiense, que hoje é vice-prefeito de São Bernardo do Campo. "O curioso é que esse filme é o último trabalho de Chico Anysio no cinema. Ele fez o papel do empresário de Frank e acabou sendo internado pouco depois de ter deixado o set de gravação", disse Alfredo.
Na mesma data, acontece uma homenagem aos 90 anos do Ciclo do Recife, importante período da produção cinematográfica pernambucana. Haverá uma exibição especial de um material preparado pelo Canal Brasil, com atenção especial a dois nomes importantes do cinema local que morreram nos últimos meses: o produtor Rutílio Oliveira e o ator Jones Melo.
A atriz Marieta Severo, o documentarista Silvio Tendler e o diretor do canal 100, Alexandre Niemeyer, são os homenageados desta edição do Cine PE. A cada noite do festival, serão projetados até quatro curtas e um longa. Os ingressos custarão R$ 5 (meia) e R$ 10 (inteira) e começam a ser vendidos a partir da próxima sexta-feira (19).
Oficinas e mostras paralelas
Além das tradicionais competições de curtas e longas, também fazem parte da programação do Cine PE a Mostra Pernambuco e a Mostra Infantil de Cinema Brasileiro. Esta última acontecerá nos dias 29 e 30 de abril, sempre às 9h. Neste ano, cerca de 400 crianças das escolas públicas rurais de Ipojuca e do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana, devem ser trazidas às exibições. A Mostra Pernambuco, por outro lado, será nas tardes de 27 e 28 do mesmo mês e terá seis curtas digitais.
Mantendo a tradição dos outros anos, a 17ª edição do festival continuará com as oficinas profissionalizantes. No entanto, apenas duas ainda têm vagas, a de "Finalização Digital" e a de "Pós-Produção Sonora". As aulas acontecerão na Universidade Católica de Pernambuco. A inscrição custa R$ 150 e pode ser feita através do site do Cine PE.