Lula: "tem horas que temos que ter a humildade de apoiar os outros"

Antônio Assis
0

247 – O ex-presidente Lula chegou ao Ceará com a intenção de dar uma aula de "humildade" ao Estado. Depois de trocar afagos com o governador carioca Sérgio Cabral (PMDB) num momento em que o PT-RJ trava uma guerra para legitimar a candidatura do senador Lindbergh ao governo do Estado, ele tenta convencer um PSB mais arredio do que nunca a desistir de lançar Eduardo Campos à Presidência em 2014.

"O PT pode até ganhar a eleição sozinho, mas precisa de aliados para governar. Tem hora em que precisamos do apoio dos aliados, e tem horas que temos que ter a humildade de apoiar os outros", disse o ex-presidente em Fortaleza, primeira parada de um roteiro elaborado pelo partido para estreitar as relações com a base visando a reeleição de Dilma.

No Rio, PMDB e PT estão em guerra desde o início da semana, quando os peemedebistas ameaçaram abandonar a campanha de reeleição de Dilma Rousseff caso Lindbergh mantenha a candidatura. Para segurar o PMDB, Lula optou em desfilar ao lado de Cabral e do vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), indicado para a sucessão, no mesmo dia em que o senador petista iniciou sua campanha com a "Caravana da Cidadania", inspirada em iniciativa de Lula na década de 90.

Enquanto isso em Recife, numa reunião de emergência do PSB, realizada ontem, o governador pernambucano Eduardo Campos, que preside o partido, foi pressionado por correligionários a entregar os cargos da legenda no governo Dilma, formalizando a saída da base aliada. Hoje, o PSB tem dois ministros: Fernando Bezerra Coelho, indicado por Campos para a Integração Nacional, e Leônidas Cristino, levado pelos irmãos Gomes, do Ceará, à Secretaria Nacional dos Portos.

A ala que defende a candidatura de Campos está cada vez mais incomodada com a movimentação do PT e do ex-presidente Lula visando um racha no partido com a aproximação com os irmãos Gomes. 
Para convencer o PSB, Lula chegou a usar a « humuldade » ao fazer referência indireta ao mensalão.

"Nós somos seres humanos. Alguns de nós podem cometer irregularidades. E quando cometer, tem que ser julgado, como todos têm que ser julgados. Errou, tem que ser punido, mas nós não vamos permitir que ninguém jogue em cima de nós a pecha que eles carregaram a vida inteira no jeito de fazer política", disse o petista, referindo-se aos adversários.

Postar um comentário

0Comentários
Postar um comentário (0)