Ainda não foi desta vez que a situação dos ambulantes da cidade de Paulista, retirados do centro da cidade no último dia 18 de janeiro, pela prefeitura, foi resolvida. Ontem, cerca de 90 vendedores informais ocuparam o prédio da administração municipal, em protesto. O objetivo foi reivindicar um local para que eles possam voltar a comercializar suas mercadorias. A principal reclamação apontada por eles é que não foi apresentada nenhuma solução, pois muitos estão sem trabalhar desde o início do ano.
Um dos membros da União dos Ambulantes de Paulista, Eliel Xavier Carneiro, de 36 anos, reforçou que não foi dada nenhuma alternativa aos comerciantes. “Houve alguns diálogos, mas sem avanços. A prefeitura chegou a sugerir alguns locais, mas são ruas sem movimento de pedestres. Vamos vender nossas mercadorias a quem?”, reclamou. Em uma reunião realizada na semana passada, foi sugerido que os vendedores ficassem na rua Ursa Maior, próximo a praça João Pessoa, no Centro. Mas o local não foi aceito por todos, pois ocuparia apenas 30 pessoas.
Atuando como ambulante há cerca de três anos, em Paulista, Eliane Quirino, de 42 anos, também se mostrou insatisfeita com o andamento das negociações. “Foi tirado o nosso direito de trabalhar. Em todo lugar há comércio informal. Por que aqui, não?”, argumentou. Ela alegou ainda que a maioria das pessoas estão com várias contas atrasadas. “Na minha casa, além de mim, só minha irmã trabalha e ganha metade de um salário mínimo. Não posso continuar parada e deixar minha família passando fome”, acrescentou.
Após entrarem na prefeitura, uma comissão de três pessoas foi recebida por representantes do município, entre eles os secretários de Desenvolvimento Econômico, de Meio Ambiente e o de Segurança e Defesa Civil. De acordo com a assessoria de Imprensa, ficou definido que amanhã os ambulantes vão entregar uma lista com os dados que serão confrontados com os da prefeitura. Na próxima sexta-feira deverá acontecer uma nova reunião, quando serão apresentados possíveis locais para acomodação dos vendedores.
Wellington Silva
Folha-PE