Eduardo X Eduardo: senador ataca governador

Antônio Assis
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Uma aliança política é como um casamento. Bons aliados convivem em harmonia. Repare nos aliados de Dilma Rousseff. Não discutem. Em verdade, alguns já nem se falam. É o caso de Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado, e Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco e presidenciável do PSB.

Numa palestra promovida no Rio pela Confederação Nacional do Comércio, Eduardo Campos insinuou que, sob Dilma, a economia dá marcha à ré. Disse que 2011 foi pior que 2010, e 2012 foi pior que 2011. Comparou: os EUA definharam na crise de 2008 e cresceram mais do que o dobro do Brasil no ano passado. Arrancou aplausos da audiência.

Eduardo Braga tomou as dores de Dilma: “Eu não sei se ele falou como governador ou como candidato, porque até pouco tempo atrás, ele, como governador, só tinha palavras de elogio. Portanto, o que nós estamos diante é de uma situação do governador ou do candidato? Precisamos saber com quem vamos dialogar.”

Na tréplica, o desprezo: “Eu não vou responder ao Eduardo Braga. Ele não merece a minha resposta”, declarou Eduardo Campos. Doravante, quem quiser pensar no governo como um conjunto, terá de recordar um antigo grupo de axé. Chamava-se ‘É o Tchan’. Suas duas bailarinas, a loira e a morena, viviam às turras.

Pense num Eduardo como a bailarina loira e noutro Eduardo como a morena. É quase a mesma coisa. Só tem uma diferença: as bailarinas divergiam longe das câmeras. Em público elas sacudiam o tchan sem permitir que a raiva estragasse a coreografia. Quanto aos dois Eduardos, o do PMDB e o do PSB, preferem brigar em cena aberta, sob holofotes. Nesse ritmo, cedo ou tarde a dança desanda. Não há o menor risco de terminar bem.

Josias de Souza

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