Anderson Bandeira
Folha-PE
Apesar de ser antagonista à gestão municipal do Recife, ontem, o vereador Raul Jugmann (PPS) não descartou a possibilidade de aterrisar na base governista. Uma das vozes mais ativas da oposição nestes primeiros meses do mandato de Geraldo Julio (PSB), ele impõe uma condição, a saída do PT, que hoje comanda a Secretaria de Habitação, do governo socialista. “O eleitor nos colocou na oposição. Sou muito fiel ao meu eleitor, sem sombra de dúvida. Mas, a relação mudaria se o PT saísse do governo, porque a saída significaria o reconhecimento da herança maldita e significaria, sobretudo, que você não teria aí nosso principal adversário, sobre o ponto de vista nacional e mesmo estadual. Aí, sim, muda a relação”, disse, durante entrevista à Rádio Folha FM 96,7.
A possível mudança do parlamentar, apesar de contraditória, significaria também uma sintonia com o diretório nacional do partido que vem flertando com o PSB um possível apoio à candidatura de Eduardo Campos à Presidência e vê o alinhamento entre siglas um sonho antigo do presidente do PPS. “Ouvi do presidente do partido, Roberto Freire (SP), que Eduardo, ou seja, o PSB, é a possibilidade de realizar um sonho do PPS que é de ter uma esquerda democrática sem o PT, que é um partido que, para nós, não é republicano e é autoritário”, cravou o vereador, lembrando que Freire convidou o governador para uma conferência nacional em Brasília, nos dias 11, 12 e 13. O momento, segundo o pós-socialista, será oportuno para debater o alinhamento a nível nacional.