SC: como começou a onda de ataques no estado

Antônio Assis
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Gabriel Castro, de Florianópolis
Veja
A onda de atentados que tomou conta de Santa Catarina é o ponto mais agudo de um conflito entre o poder instituído e o crime organizado. Mas não foi o primeiro e não vai ser o último dessa guerra no estado.
O conflito teve seu ponto de partida ainda no ano passado. Os detentos se queixavam do rigor do novo diretor do presídio de São Pedro de Alcântara, em Florianópolis - o maior do estado. Sargento do Exército, Carlos Alves tinha fama de rigoroso: acabou com regalias que alguns presos tinham dentro da cadeia. Integrantes do Primeiro Grupo Catarinense (PGC), facção criminosa que atua nos presídios do estado, perderam poder de barganha. Mas a atuação do diretor também envolveu relatos de excessos no trato com os detentos.
Em outubro do ano passado, a mulher de Alves, Deise, foi assassinada, em uma emboscada que aparentemente tinha como alvo o próprio diretor. Era uma represália à atuação do militar. Rodrigo de Oliveira, um dos líderes do PGC, é acusado de ordenar o crime. Ele estava detido em São Pedro de Alcântara. Os criminosos queriam um novo diretor para a unidade.
Apesar disso, o governo preferiu não passar a imagem de que estava cedendo e manteve o militar no comando do presídio. Após a morte de Deise, Rodrigo de Oliveira teria sido agredido por agentes prisionais. Foi quando surgiram os primeiros atentados, no mês de novembro. Carlos Alves acabou afastado do posto, e a situação se normalizou - temporariamente.

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