Paulo Emílio _PE247 - O
governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos,
ainda não definiu se será candidato ou não à Presidência da República em
2014, mas nos bastidores do Palácio do Campo das Princesas já estaria
sendo trabalhado o que vem sendo chamado de Plano B, ou seja, as
possíveis alternativas caso a candidatura solo do socialista não consiga
decolar. E nos cenários em vista, que dependem principalmente do
desempenho da economia nacional com o consequente fortalecimento ou não
da presidente Dilma Rousseff (PT) em uma disputa pela reeleição, o
Partido dos Trabalhadores teria uma participação fundamental. Apesar
das alternativas que estariam sendo avaliadas, o líder do PSB na Câmara,
Beto Albuquerque (PSB-RS), defende a legenda tenha um candidato já no
próximo pleito.
“Uma coisa já é tida como certa. Eduardo deverá deixar o cargo de
governador em março. A partir daí o jogo será outro”, disse uma fonte
ligada ao Palácio do Campo das Princesas. Fora do governo Eduardo se
verá livre para percorrer o país e assim fortalecer o PSB para as
eleições majoritárias de 2014. Ao mesmo tempo manterá um olho aberto
para o desempenho da economia. Caso a mesma não deslanche, o seu nome
ganha cacife como uma alternativa real a administração petista. A sua
pré-candidatura, inclusive, vem ganhando apoio junto a partidos da base
aliada que estão insatisfeitos com o tratamento dado pelo PT e também
junto a parcelas do empresariado e da sociedade.
Caso ocorra o contrário e a economia decole como esperado pelo
governo, seria colocado em prática o Plano B. Neste caso, Eduardo se
lançaria candidato a deputado federal, onde teria em vista a presidência
da Câmara, mantendo sua visibilidade em alta para o pleito seguinte,
com o apoio do PT. Para o PT a possibilidade também seria interessante,
já que esta situação garantiria o alinhamento automático do PSB à
reeleição de Dilma Rousseff e a manutenção do apoio dos socialistas na
base governista. “Esta possibilidade teria inclusive sido sugerida à
Eduardo pelo ex-presidente Lula. Com isto, ele também teria o apoio do
PT em 2018”, disse a fonte.
O Senado é visto por integrantes do PSB e também pelo próprio Eduardo
como uma alternativa pouco viável. “O próprio Miguel Arraes, avô de
Eduardo, dizia que o Senado é uma casa de velhos. E ele sempre teve isso
na cabeça. Como senador ele teria muito mais a perder em termos de
visibilidade e até mesmo em articulações políticas”, avalia uma outra
fonte também ligada ao PSB.
Eduardo também sabe que não adianta lançar-se de peito aberto em uma
bate-chapa direto com a presidente Dilma e o PT caso as chances de
disputa sejam mínimas. Pernambuco tem apresentado há anos consecutivos
índices que superam a média nacional e boa parte deste crescimento está
ligado aos recursos e projetos implantados em grande parte pelo Governo
Federal. Como Eduardo pretende fazer o seu sucessor na administração
estadual, uma briga direta com o Planalto poderia secar a fonte de
recursos que ele soube capitalizar em benefício próprio, acarretando um
ônus que teria implicações diretas nas eleições em 2018.
Uma outra alternativa que também vem sendo trabalhada seria Eduardo
lançar-se candidato, com o apoio velado do PT, para tirar votos das
candidaturas de oposição em troca do apoio do partido para 2018. “Isso é
como acreditar em Papai Noel. 2018 está muito longe e não do feitio do
PT atuar desta forma. Não que isso seja demérito, mas o PT nunca agiu
assim. Ele tem todo o direito de lançar candidato assim como nós também.
Não trabalhamos com a hipótese do PT apoiar ninguém em 2018. Também é
difícil acreditar que Dilma ofereça a vice a um outro partido que não
seja o PMDB, conforme vem sendo ventilado por muitas pessoas. O que
temos é uma outra situação. O PSB permanece na base do governo. Vamos
definir tudo após o primeiro semestre. Até lá tudo é especulação”, disse
o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque.