O PSB reuniu seus prefeitos num seminário. Deu-se nesta sexta-feira
(30), num hotel de Brasília. Governador de Pernambuco e presidente da
legenda, Eduardo Campos discursou. Fez críticas ácidas à concentração de
tributos no caixa da União. Defendeu “um novo federalismo”, no qual os
recursos seriam compartilhados de forma mais generosa com Estados e,
sobretudo, com municípios.
Eduardo Campos falou também de política. Candidato não declarado à
sucessão de Dilma Rousseff, pronunciou uma frase que roçou a admissão do
projeto presidencial. A declaração foi registrada no último parágrafo
de notícia
veiculada no site oficial do partido. Termina com um ponto de
exclamação: “O PSB sabe aonde que chegar e ele vai chegar. Mas trilhando
um caminho digno e consistente, que nos levará à vitória em 2014!”
Depois, em entrevista, Eduardo Campos serviu-se de frases ambíguas
para responder às indagações sobre sua futura candidatura. Disse, por
exemplo, que nenhum partido –nem PSB, nem PT, nem PSDB— sabe “o que vai
acontecer em 2014”. Ou seja, deixou aberta a porta que leva ao palanque.
Ao se referir ao governo Dilma Rousseff, o governador pernambucano
como que encurtou os horizontes de sua parceria com o conclomerado
petista. “Nós vamos ajudá-la a ganhar o ano de 2013”. Referia-se à
necessidade de potencializar o crescimento do PIB. Realçou que o desempenho do Brasil em 2012 aponta para um crescimento menor do que o dos EUA, “onde está o centro da crise”.
Em resumo, os rodeios de Eduardo Campos imprimiram no solo
brasiliense as pegadas de um candidato. Na economia, empinou a
plataforma –“um novo pacto federativo”— e realçou a “crise”, bom
pretexto para o PSB desembarcar da locomotiva governista. Na política,
definiu o tamanho da sua ambição: “a vitória em 2014”. Agora, só falta
combinar com os russos.
Josias de Souza