O “enxugamento” da máquina da Prefeitura

Antônio Assis
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Raul Jungmann

O prefeito eleito Geraldo Júlio enviou à Câmara Municipal do Recife uma “reforma” administrativa que reduzirá de 24 para 22 o número de secretarias, extinguindo também 632 cargos comissionados, de um total de 2.791, gerando uma economia de R$ 1 milhão, trombeteia a imprensa.

Para se ter uma ideia do “enxugamento” e “redução de custos” que tal medida acarretaria, ela corresponde a 0,02% do orçamento de R$ 4.5 bilhões da Prefeitura para 2013.

Ou, ainda, equivale ao custo de dois shows da dupla Sandy e Júnior, ou de duas árvores de Natal feitas com material reciclável, iguais à que a PCR colocou em frente ao Paço Alfândega.

Pois bem, no mesmo projeto é prevista a realização de concurso em 2013 para 300 analistas de gestão, dos quais 195 terão seleção simplificada e deverão ser contratados temporariamente, ainda no próximo exercício, a um custo que variará de R$ 2.800,00 a R$ 5.600,00, per capita.

Supondo que todos os 195 analistas sejam contratados pelo piso de R$ 2,8 mil, a partir de março de 2013, como está nos jornais, seus custos ficariam em R$ 546 mil ao mês e R$ 5.460 milhões no ano.

Se abatermos desse último valor o que Geraldo Júlio diz ter economizado com a extinção dos 632 cargos, resta um aumento, e não uma redução da despesa, de R$ 4.460 milhões!

Portanto, a dita “reforma” e o “enxugamento da máquina”, prima facie, é uma obra de ficção bancada com os impostos pagos pelo contribuinte recifense.

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