PE247 - Não chega a ser uma tempestade, mas uma
certa marola começa a se formar na relação que o PT mantém com o PSB em
Pernambuco. Uma reunião da bancada petista na Assembleia Legislativa
decidiu por manter uma postura mais crítica quanto as propostas e ações
de gestão por parte do Governo do Estado, o que pode acarretar alguns
entraves aos planos do presidente do PSB e governador de Pernambuco,
Eduardo Campos (PSB), de concorrer à Presidência da República em 2014. A
decisão vem na esteira da indefinação do diretório municipal em se
posicionar quanto a apoiar ou não o prefeito eleito da cidade do Recife,
Geraldo Julio (PSB), a partir do próximo ano.
A decisão da bancada petista pode criar problemas para uma ala da
legenda que defende a manutenção da aliança com os socialistas, seguindo
o rumo da parceria que os partidos mantém em nível Federal. O PT ocupa
três secretarias (Governo, Cultura e Transportes) junto ao Governo
Eduardo Campos.
De acordo com o líder da bancada do PT, Manoel Santos, a reunião
contou com a presença de cinco dos seis parlamentares da legenda. “Vamos
fazer uma avaliação mais crítica, o que não significa - e nem está de
forma alguma em discussão aqui - um rompimento. Apenas vamos chamar
atenção para as questões que julgamos importantes”, disse Santos em
entrevista ao Jornal do Commercio.
Ele arrematou, ainda, que a bancada deverá adotar o que ele chama de
postura semelhante a adotada pelo governador socialista em relação ao
governo da presidente Dilma Rousseff (PT), onde críticas e apoio se
mesclam continuamente. Esta postura foi endossada pelo presidente
estadual do PT, Pedro Eugênio. A legenda também se mostra contrária a
uma adesão imediata a administração de Geraldo Júlio na capital
pernambucana. "Seria muito incoerente depois da disputa eleitoral de
2012, que já demonstrou que temos convergências e divergências com o
PSB", declarou Pedro Eugênio ao Jornal do Commercio.
De acordo com o cientista político da Universidade Federal de
Pernambuco, Michel Zaidan, o PT encontra-se uma situação delicada porque
não teria a ganhar com a posição de independência e, também, ficar a
reboque do PSB não é bom para o partido, mas esta é a única saída para
amenizar a crise política interna. “Não adianta fazer retaliação. O PT
precisa fazer uma autocrítica e passar por um processo de renovação,
porém acho mais fácil renovar os quadros no plano nacional”,
complementa.
Colaborou Leonardo Lucena_PE247