Os Novos Velhos

Antônio Assis
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Pedro Luiz Rodrigues

Se a juventude (mesmo a relativa juventude)  tem  qualidades naturais, são as de ser portadora de ideias novas, de propor novos hábitos, de implantar mudanças e  de clamar pela renovação.
Mas, no Brasil, a nova geração de líderes que desponta no cenário político parece que de novo, só têm mesmo a idade. Vantagem que se perde com o passar do tempo.
Fico pasmo. Não vejo partir desses emergentes líderes – que deveriam ser a esperança das novas gerações - qualquer indício de que pretendam renovar o que quer que seja no lodoso quadro em que se pratica a política no País.
Não há novas ideias no ar. Aliás, não há nada no ar.
De nenhum lado da ala jovem se ouve qualquer manifestação sobre o tema fundamental da reforma partidária. 
Não se erguem, também, bandeiras ou propostas capazes de empolgar um país que em breve será a quinta principal economia do mundo.
Esperava mais, por exemplo, de Gilberto Kassab. Laborioso, estudioso (engenheiro, economista, com curso de ciência política na UnB), bom administrador. Mas quanto à sua participação no quadro nacional, parece entusiasticamente decidido a seguir a batida trilha da política tradicional.
Esta trilha, sabemos, se alimenta de seus próprios miasmas. Os que por ela passam preocupam-se apenas com geometrias que montam e desmontam apoios e desapoios,  motivados exclusivamente por  interesses personalistas.
Em 2011, reunindo dissidentes de diversas agremiações (em particular o DEM, o PSDB e o PPS), Kassab criou o Partido Social Democrático (PSD).
 Todos os que a ele aderiram manifestaram júbilo por se estar juntando a uma sigla jovem e dinâmica, mas, curioso, procurei muito na Internet, mas não descobri quase nada sobre propostas ou ideias.  De claro, apenas a intenção de chegar o mais próximo possível ao vértice do poder. 
Não me estranha, portanto, saber que Kassab foi outro dia dizer à presidente Dilma Roussef que o PSD vigorosamente apoia sua reeleição. 
Nada de errado em um partido apoiar a Presidente, se com ela compartilhar ideais e objetivos. Mas sabemos todos nós que não há muito mais em jogo do que a mera aspiração de se colher algumas migalhas que possam cair da mesa do poder.
Na verdade basta só uma migalha, um ministeriozinho qualquer, entre os trinta e muitos que existem.
Dilma está na dela, mantendo encontros com diversos partidos para amarrar os apoios necessários para levar da melhor maneira sua administração até 2014. 
Ela, com seu jeito durão de ser, sabe tratar com os políticos melhor do fosse uma velha raposa felpuda do PSD (o original, claro).

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