
Josué Nogueira
O deputado estadual Daniel Coelho (PSDB) não alivia para o governo do estado.
Na tarde desta terça-feira apontou, em discurso na Assembleia, que Pernambuco teve suas dívidas aumentadas em mais de 4 bilhões de reais só este ano. Confira:
“Excelentíssimos deputados,
É muito importante que o Estado cresça e traga consigo investimentos na estrutura social para atender a nossa população.
Contudo, esse crescimento deve ser sustentável, e não somente sustentável do ponto de vista ambiental, mas também do ponto de vista orçamentário e fiscal.
Hoje, as isenções fiscais em Pernambuco chegam a 95%, com prazos de até 30 anos. Com isso, o governo, para financiar suas ações, tem feito sucessivos empréstimos.
Somente hoje, na Comissão de Justiça desta casa, foram aprovados dois projetos: um no valor de 400 milhões de reais, a serem antecipados pela CEF, e outro com empréstimo do Banco Mundial no valor de 550 milhões de dólares, totalizando 1,135 bilhões de reais.
E o mais grave, nenhum dos dois especifica aonde será utilizado o dinheiro.
O PLO 1166/2012 explicita em sua justificativa que o estado de Pernambuco já registra até setembro deste ano frustrações de receita de 500 milhões de reais e que precisa cobrir este buraco.
Portanto, somente este ano podemos observar, somando os projetos 1015/2012, 1016/2012, 1065/2012, 1091/2012 e 1115/2012 já aprovados, juntamente com os projetos 1166/2012 e 1159/2012 em tramitação, teremos uma dívida para o Estado de Pernambuco no valor de R$ 4.342.673.425,71.
Estão querendo criar um estado fictício de crescimento, mas um dia essa conta terá que ser paga. Isso é como o cidadão que compra carro, roupa nova, eletrodomésticos, tudo no fiado.
Aparentemente, age como rico, mas não conseguindo pagar as dívidas, quebra por ter vivido de aparências.
Não queremos viver de aparências, queremos desenvolvimento sólido e real para Pernambuco.
Com o governo chegando perto do seu fim e as especulações políticas ocupando diariamente a imprensa brasileira, fica evidente que esta bomba vai estourar mais à frente. E quem vai pagar todo este passivo, se não o povo pernambucano e o próximo governante?
Queremos o governo com recursos para fazer os investimentos que tanto desejamos, mas que isso seja feito com nossas receitas e não neste formato de contrair dívidas para serem pagas pelos futuros gestores e acima de tudo pelos contribuintes.
Nos próprios projetos o governo afirma que o Estado está em dificuldades financeiras e mesmo assim continua a contrair mais empréstimos. Não podemos deixar que a euforia pelo recente sucesso da economia mascare a realidade das finanças do Estado.
Projetos políticos e eleitorais não podem guiar nossas ações, devemos desde já equilibrar as contas públicas com nossos recursos e com os provenientes do governo federal e não fazendo uma dívida para cobrir a outra”.