O PRIMEIRO ENEM A GENTE NUNCA ESQUECE

Antônio Assis
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247 - Fernando Haddad ainda nem tinha sido eleito, no domingo, quando o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, já anunciava, baseado na provável vitória petista na capital e em algumas cidades do interior paulista, a derrota do projeto do PSDB "que era hegemônico no Estado de São Paulo". Segundo o ministro, o quadro "sinaliza o sentimento de desgaste do PSDB e mostra a qualidade do trabalho do PT que poderá ser reconhecida em 2014". Quem concedia a entrevista era um ministro e eleitor, mas quem parecia falar era o potencial candidato ao governo do Estado de São Paulo em 2014.

Mal o PT levou a capital paulista, já começaram as especulações sobre quem deve representar o fortalecido partido contra a provável tentativa de reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Na bolsa de apostas petista, os principais nomes são o do próprio Mercadante e o de outro ministro, o da Saúde, Alexandre Padilha, que já começa a ser tratado com o novo "poste" do ex-presidente Lula. A escolha de um dos dois dependerá do plano escolhido pelo PT (vão de velho ou novo?), mas também do desempenho político dos dois candidatos até o próximo ano, quando o candidato deve ser escolhido.

No caso de Mercadante, isso significa atenção com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a maior vitrine de seu ministério e, consequentemente, seu ponto de maior vulnerabilidade -- que o diga o ex-ministro e prefeito eleito de São Paulo Fernando Haddad, tão criticado durante a campanha por problemas ocorridos com o exame, que chegou a ser adiado em 2009 devido ao vazamento de uma prova.

Não é exagero dizer, portanto, que a probabilidade de Mercadante representar o PT nas eleições de 2014 dependerá de seu desempenho à frente do Ministério da Educação, em particular do andamento dos exames aplicados pela Pasta até 2013. O primeiro teste chega logo neste fim de semana, quando 5.791.290 estudantes fazem a prova de 2012.

Enem

O teste marcado para os dias 3 e 4 de novembro é uma oportunidade para estudantes que querem ingressar em universidades federais ou faculdades particulares do país. Criado em 1999, o Enem ganhou mais importância há três anos, com a criação do Sistema Único de Seleção Unificada (Sisu). Por meio desse sistema, a nota obtida no exame passou ser usada por instituições públicas de ensino superior para ingresso de estudantes em substituição aos vestibulares tradicionais.

No caso das faculdades particulares, a nota no Enem é um dos critérios para obtenção de bolsas de estudo parciais ou integrais por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni). Do total de universidades federais, pelo menos 45 já adotam o Enem para ingresso de alunos. Cada instituição tem autonomia para escolher a forma de aproveitamento das notas do Enem: como fase única, em substituição ao vestibular; como primeira fase ou para o preenchimento de vagas remanescentes, não ocupadas com o vestibular tradicional.

Em algumas instituições, a nota do Enem é somada ao resultado do vestibular, e a média é usada para ingresso nos cursos superiores. A participação no exame também é pré-requisito para quem quer participar de programas de financiamento e de acesso ao ensino superior, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

No sábado (3), primeiro dia de provas do Enem, os candidatos vão responder a questões de ciências humanas e suas tecnologias e ciências da natureza e suas tecnologias. No domingo (4), serão aplicadas as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias e de matemática e suas tecnologias. Além disso, no último dia do exame, o aluno fará a redação, que está no topo das preocupações dos participantes por representar 50% da nota total.

A previsão é que os gabaritos do Enem sejam divulgados no dia 7 de novembro e os resultados gerais saiam no dia 28 de dezembro.

Com Agência Brasil

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