247 - No último domingo, Gustavo Fruet foi o pivô da
maior gafe da cobertura eleitoral na Globonews. Amparados por uma
pesquisa de boca de urna equivocada do Ibope, que cravava um segundo
turno entre Ratinho Júnior, do PSC, e Luciano Ducci, do PSB, os
comentaristas do canal, liderados por Merval Pereira e Renata Lo Prete,
desandaram a falar dos erros e das supostas contradições de Fruet.
Protagonista da CPI dos Correios, em 2005, ele teria virado de lado,
aliando-se ao PT, na disputa municipal de 2012. E por isso estaria sendo
punido pelos eleitores curitibanos. No entanto, enquanto era criticado
na Globonews, Fruet passava para o segundo turno, sem que os
comentaristas percebessem.
Pois bem. Depois do primeiro turno, dois caciques da política
paranaense, o governador Beto Richa, do PSDB, e o antecessor Roberto
Requião, do PMDB, demonstraram insatisfação com o resultado. Derrotado,
Richa foi criticado até pelo senador Álvaro Dias pelos maus resultados
do PSDB e dos seus aliados no Paraná. Requião proibiu que Rafael Greca,
que concorreu pelo PMDB, anunciasse seu apoio a Fruet, mas o candidato
deve apoiá-lo à revelia do partido e estuda até mudar de legenda.
Como muitos dos votos de Greca e até do prefeito Luciano Ducci migram
automaticamente para Fruet, o resultado concreto é que o pedetista já
superou o rival Ratinho Júnior. Uma sondagem do Instituto Paraná
Pesquisas, que trabalha para o Palácio do Iguaçu, coloca Fruet com quase
vinte pontos de vantagem. Em levantamentos restritos do Ibope, ele tem
15 pontos de frente.
A eventual virada em Curitiba, que parece ser cada vez mais provável,
fortalece - e muito - o projeto do PT, que, em 2014, lançará a ministra
da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, ao governo do Estado. Além da possível
vitória com um aliado na capital, o PT disputa o segundo turno em
Cascavel e Maringá, duas das mais importantes cidades do Paraná.