Diário de Pernambuco
De segunda a quarta, o Cine-Teatro Apolo passa a exibir, às 19h, o documentário Tropicália. No horário das 17h, continua em cartaz o filme O Ditador, com Sacha Baron-cohen.
Será que há algo sobre o tropicalismo, movimento comandado por Caetano Veloso e Gilberto Gil no fim dos anos 1960, que ainda não tenha sido dito ou mostrado? Para o cineasta Marcelo Machado, a resposta é sim. Na verdade, há várias. E ele fala isso embasado em vasta pesquisa coordenada por Eloá Chouzal, que resultou no documentário Tropicália, dirigido por Machado e roteirizado por Di Moretti.
A película é uma imersão no mundo tropicalista, e se utiliza de narrativa fragmentada, com fotos, depoimentos, vídeos inéditos e raros, acervo de outros pesquisadores e direção de arte caprichada (de Ricardo Fernandes) para contar a história de quando Caetano, Gil, Tom Zé, Gal Costa, Os Mutantes e outros personagens abalaram as estruturas da música popular brasileira.
O filme revela passagens até então desconhecidas no país (algumas, também, para os próprios artistas). Quem for ao cinema poderá conferir, por exemplo, uma aparição de Gil e Caetano na tevê portuguesa antes de aterrissarem exilados em Londres, em 1969. E também um show da dupla e amigos em um festival inglês na Ilha de Wight, a festa de lançamento do álbum-manifesto Tropicália ou Panis et circensis e imagens do primeiro casamento de Caê, com Dedé Gadelha.
Cerca de 90% do material se passa entre 1967 e 1969, período fundamental do movimento, cujos extremos simbólicos são o 3º Festival da TV Record e o início do exílio da dupla de protagonistas. Com produção de Denise Gomes e Paula Cosenza, o filme, de 82 minutos, é baseado na ideia dos americanos Vaughn Glover e Maurice James, que procuraram um diretor brasileiro para assumir a empreitada.Tropicália rodou o mundo em festivais (Suíça, Argentina, Coreia do Sul e Estados Unidos) e abriu o É Tudo Verdade, em São Paulo, em março.
Veja o trailer: