Paulo Virgilio, da Agência Brasil - O filme O Som ao
Redor, do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho, foi o ganhador do
Troféu Redentor de melhor longa-metragem de ficção da Première Brasil, a
mais importante mostra do Festival do Rio. A premiação foi anunciada na
noite desta quinta-feira 11, na cerimônia de encerramento do festival.
Contemplado também com o Redentor de melhor roteiro, O Som ao Redor
traça uma crônica do dia a dia de uma rua de classe média na zona sul do
Recife, a partir da chegada de uma milícia ao bairro.
O maior número de troféus foi para o filme Disparos, de Juliana Reis,
que recebeu os prêmios de melhor montagem, melhor fotografia e melhor
ator coadjuvante, Caco Ciocler.
O cineasta Eryk Rocha, filho de Glauber Rocha, ganhou o troféu de
melhor direção pelo filme Jards, documentário sobre o cantor e
compositor Jards Macalé.
Os vencedores de melhor ator e melhor atriz foram Otávio Müller e
Leandra Leal, por suas atuações em O Gorila e Éden, respectivamente. O
prêmio de melhor atriz coadjuvante foi entregue a Alessandra Negrini
pelo trabalho em O Gorila.
Hélio Oiticica, de César Oiticica Filho, foi o ganhador da categoria
documentário de longa-metragem. Com farto material de arquivo, incluindo
filmes realizados pelo próprio Hélio Oiticica, o filme refaz a
trajetória de um dos mais importantes artistas plásticos brasileiros.
Canção para minha irmã, de Pedro Severien, foi o melhor curta-metragem.
O júri popular – votos dados pelo público nas sessões em que os
filmes foram exibidos – escolheu A Busca, de Luciano Moura, na categoria
melhor longa-metragem de ficção, Dossiê Jango, de Paulo Henrique
Fontenelle, na categoria melhor longa documentário e Zéfiro Explícito,
melhor curta-metragem.
Com número recorde de filmes exibidos em uma única edição, o Festival
do Rio encerrou nesta quinta-feira 11 uma maratona de 15 dias,
mostrando a produção recente do cinema brasileiro e mundial.
Muitos filmes exibidos ainda não têm previsão de estreia nas telas
dos cinemas, em circuito comercial. Na edição 2012, cerca de 8% dos
filmes exibidos pela primeira vez durante o Festival do Rio.
Criado em 1999 e considerado hoje o maior evento audiovisual da
América Latina, o Festival do Rio levou aos mais de 30 pontos de
exibição cerca de 280 mil pessoas.
Este ano, além das salas comerciais e centros culturais, o público
conferiu a volta do Cinema na Praia e sessões populares a céu aberto, em
comunidades pacificadas da cidade, como Complexo do Alemão, Cidade de
Deus e Vila Cruzeiro.