Carlos Britto
Folha-PE
A primeira sessão, pós-eleições municipais, na Câmara de vereadores de
Petrolina, foi um misto de alegria, lamentação e antecipação dos
discursos de despedida para os que deixam a Casa Plínio Amorim. A
presidente da casa, vereadora Maria Elena (PSB), que sempre destacou a
voz e a vez da mulher, agora lamenta a ausência feminina nas cadeiras da
câmara para a próxima legislatura.
A casa Plínio Amorim, que contava
com a presença de seis mulheres - a maior participação feminina da
história da cidade - agora terá apenas a presença de apenas duas
vereadoras: a própria Maria Elena e a petista Cristina Costa, que
conseguiu se reeleger. Das candidatas que estavam na disputa, nenhuma
conseguiu uma vaga na casa. O número de cadeiras na câmara, que aumentou
de 14 para 19, não abriu espaço proporcional para as mulheres, e agora
terá uma cota de pouco mais de 10% das vagas destinadas à elas. Mesmo
mostrando pulso firme e travando discussões, as vereadoras Márcia
Cavalcanti, Jusária Azevedo, Anatélia Porto e a veterana Raimunda Sol
Posto deixaram órfãos muitos eleitores que testemunharam os embates e
creditaram grandes momentos a força, e audácia das “mulheres do
parlamento de Petrolina”.