Eleição Deste Domingo é o Oitavo Pleito Municipal Após a Redemocratização do País

Antônio Assis
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Joseú Nogueira
Diário de Pernambuco

Desde o retorno do período democrático no país, a Justiça Eleitoral já realizou sete eleições municipais (1985, 1988, 1992, 1996, 2000, 2004 e 2008).
Em 1985, mais precisamente no dia 15 de novembro daquele ano, estavam aptos a votar cerca de 18 milhões de eleitores em 201 municípios brasileiros.
Na urna de lona, eles depositaram seus votos apenas para o cargo de prefeito. Os eleitos, por sua vez, administraram tais cidades de 1º de janeiro de 1986 a 31 de dezembro de 1988.
Neste ano, a Justiça Eleitoral realizará, portanto, o oitavo pleito municipal no período pós-ditadura.
Estarão aptos a votar para eleger os próximos prefeitos e vereadores mais de 138 milhões de eleitores de 5.568 cidades.
Isso representa um crescimento de mais de 776% no que se refere ao número de eleitores e de mais de 2.770% no que tange à quantidade de municípios envolvidos, se compararmos a eleição de 1985 com a de outubro deste ano.
O coordenador da Seção de Processamento de Eleições (Sepel) do TSE, José de Melo Cruz, servidor do Tribunal desde 1996, conta que naquela época organizar uma eleição era muito diferente.

“Em 1996, foi realizada a primeira eleição geral com urnas eletrônicas em 1/3 do país. Era totalmente diferente de tudo. O desenvolvimento de softwares de urna não era nosso. Só desenvolvíamos os softwares de totalização e uma relação de candidatos apenas. Não existia o DivulgaCand [sistema de divulgação de candidaturas]”, lembra. Texto do TSE.
Segundo Melo Cruz, naquela época havia somente uma unidade da Sepel [hoje são duas: Sepel I e Sepel II], com uma quantidade pequena de pessoas, sendo cerca da metade composta por funcionários terceirizados e a outra metade por concursados aprovados no certame de 1995.
“Mas nós, que entramos em 1996, não conhecíamos nada do sistema eleitoral. Os terceirizados que eram experientes, pois já haviam participado de outras eleições. Nós, concursados, aprendemos na raça, aprendemos fazendo”, diz Melo Cruz.
Em 1998, a eleição municipal já foi realizada com urnas eletrônicas em 2/3 do país. “Demos uma mexida grande nos softwares de totalização. Os sistemas foram todos redesenvolvidos, mesmo com praticamente o mesmo quadro de pessoal de quando entrei do Tribunal. Só em 2010 foi criada a Sepel II. Aí já tínhamos um quantitativo bom de pessoal”, recorda.
Em 2000, a urna eletrônica foi utilizada em todos os municípios brasileiros. Dois anos depois, em 2002, a Justiça Eleitoral decidiu implantar o chamado voto impresso em algumas localidades do país, medida que foi descartada após o pleito por apresentar uma série de desvantagens, entre elas o alto custo de implantação e um grande número de falhas, impedindo o transcurso fluente dos trabalhos nas seções eleitorais.
E as demandas não pararam de crescer, pois em 2004, a equipe da Justiça Eleitoral, que até aquele momento não era responsável por desenvolver a totalidade dos softwares das eleições, promoveu a reformulação do programa de totalização dos votos, além de implementar mais requisitos de segurança nos sistemas eleitorais.
Já em 2006, foi feita a centralização, no TSE, das bases de dados eleitorais. E em 2008, houve a implantação do sistema Linux nas urnas eletrônicas. “O software da urna foi reescrito do zero. Foi quando tivemos o maior desafio no que se refere ao software da urna”, lembra. Além disso, naquele ano começou a ser implementada a identificação biométrica do eleitor em três cidades do país.
“As demandas são sempre crescentes. Isso porque a cada eleição precisamos implementar novos requisitos de segurança no sistema eletrônico de votação. Cada eleição dá mais trabalho que a anterior. Fazemos avaliações do que se pode melhorar, tanto no que diz respeito aos softwares quanto aos hardwares. O desafio nestas eleições de 2012 será muito maior que o das anteriores, pois quanto mais segurança é exigida, mais demanda nós temos”, destaca Mello Cruz.

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