Foto: Arthur Mota/Arquivo Folha
Marcela Alves
Folha-PE
“Hoje, não há gestão de trânsito sem tecnologia”, pontuou o gerente de
fiscalização eletrônica da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do
Recife (CTTU), Marcus Araújo. Ele considera muito importante a política
voltada para o uso de soluções de TI em favor da mobilidade no trânsito.
“A tecnologia nos dá mais segurança e agilidade ao trabalho
desenvolvido. É a solução para o transito do futuro”.
No que diz respeito ao uso de tecnologias na gestão de tráfego, o Recife
se mostra o mais avançado dos principais municípios do Estado. Além da
central de monitoramento que gerencia em tempo real o trânsito da
cidade, a companhia conta com um total de 24 fotosensores munidos de
câmeras internas e um sistema de gestão das ordens de serviço. Esses
equipamentos de fiscalização eletrônica detectam infrações sem
possibilidade de erro, segundo o gerente Marcus Araújo.
Além de captar infrações, esses equipamentos também dispõem de tecnologia que repassa informações como número de veículos que passaram no local em determinado período e velocidade média, dados também disponíveis no Portal do Trânsito. Paralelamente, o Twitter oficial da CTTU passa notícias em tempo real sobre o trânsito e a tradicional Zona Azul já pode ser comprada por meio de aplicativo eletrônico no Bairro do Recife.
Cerca de 80% dos semáforos do Recife são integrados em rede, fato que garante a sincronização em determinada área e o funcionamento em caso de falta de energia. Essas são só algumas das soluções usadas, hoje. “Nós temos muitas ideias para o setor. Não podemos ficar parados porque trânsito é algo muito dinâmico. Ele avança de forma muito rápida, por isso temos que acompanhar”, contou Marcus.
O presidente da Serttel, empresa responsável pelo monitoramento dos semáforos no Recife e em cidades como São Paulo e Natal, Angelo Leite, afirma que a tecnologia deve ser uma aliada dos gestores públicos para melhorar o trânsito nas cidades. “Estes novos sistemas são importantes não só para oferecer meios para melhorar a fluidez das ruas e avenidas dentro desse atual cenário, como também para oferecer alternativas criativas e inteligentes que possam mudar a forma como as pessoas se deslocam e interagem com a infraestrutura das cidades”, explica.
Nos municípios vizinhos, ainda não há uma política tão avançada quanto a do Recife, mas, já existem projetos. Em Jaboatão dos Guararapes, já está em processo licitatório a aquisição de câmeras de vídeo para realizar o monitoramento do trânsito. “Nós já contamos, no entanto, com semáforos ligados em rede e ao centro de controle”, explicou a gerente da secretaria executiva de trânsito e transporte do município, Lúcia Recena.
Lúcia acredita que até o final do ano já devem ser instaladas as novas câmeras. “A máquina faz o serviço repetitivo e o homem, o contato com o usuário. Isso ajuda todo mundo”, afirmou Lúcia Recena. Em Olinda, a situação é semelhante. Um projeto de modernização da gestão de trânsito, orçado em R$ 10 milhões está em processo licitatório.
“Esse projeto inclui modificações desde o semáforo inteligente, que controla o tempo real dos veículos até um veículo de monitoramento, que dispõe de uma câmera com 270 graus de alcance, que realiza uma varredura do que está irregular e lança as infrações, direto, para a central de monitoramento”, contou o gerente da secretaria executiva de trânsito e transporte, Adriano Max, que já pretende instalar algumas das ferramentas até o final do ano.
Para Max, não se pode falar em gestão de trânsito sem lembrar de tecnologia, mas o alto custo desse serviço dificulta bastante a implantação mais rápida. “Os primeiros semáforos eram operados manualmente. Hoje já existem um sem número de recursos que dão essa possibilidade de automação. Só que tudo isso custa muito dinheiro e muitos municípios não tem como fazer um projeto para investir. Tudo muito caro, porém muito necessário”, colocou.
Mesmo com todo o investimento, os gestores são categóricos: não há tecnologia sem educação no trânsito. “A tecnologia auxilia, mas não resolve os problemas. É preciso harmonia. Não adianta colocarmos toda a tecnologia do mundo para trabalhar e os condutores provocarem transtornos com infrações”.