Padarias Faturam Mais Com Refeição

Antônio Assis
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Foto:Nathália Bormann

André Clemente
Folha-PE

Não é de hoje que as padarias perderam o conceito de serem pontos de venda exclusiva de pães e leite. Só que uma mudança comportamental do consumidor tem transformado esses mesmos estabelecimentos em local para refeição. Segundo levantamento da Associação de Panificadoras de Pernambuco, as padarias são o segundo lugar onde os consumidores mais vão para fazer as três refeições básicas diárias (café da manhã, almoço e jantar), perdendo obviamente para os restaurantes. Para se ter ideia, a implantação do serviço nas padarias marca, em alguns ca­sos, uma elevação de faturamen­to de até 70%.
Em âmbito nacional, os números também são expressivos. Dados da Associação Brasileira de Panificação e Confeitaria (Abip) apontam que, para este ano, o índice desses serviços de refeição fora de casa pode crescer mais, uma vez que são vendidos em média mais de 10 milhões de refeições ao dia dentro desses estabelecimentos. Empresários que atuam no ramo têm aproveitado essa vertente do negócio para lucrar.

No ano passado, as refeições nas padarias brasileiras foram responsáveis por 36,5% do faturamento total do setor de food service, que gerou cerca de R$ 89,1 bilhões. Segundo a diretora-secretária do Sindicato das Indústrias de Panificação do Estado de Pernambuco (Sindipão), Cristina Santos, a tendência é que as padarias incrementem ainda mais os serviços, para um público aberto ao formato.

A gerente da Padaria Francisco da Cunha, em Boa Viagem, Márcia Gomes, incorporou o serviço de food service na unidade há três anos. “A gente sempre ofereceu o serviço de lanches e só servia um almoço no fim de semana, que era uma feijoada e suas guarnições. E os clientes sempre pediam para ter café-da-manhã e almoço. Fizemos uma reforma e passamos a atender”, justificou. “O retorno tem sido bastante positivo. A adesão foi imediata e conquistamos toda a clientela das escolas e da vizinhança no entorno da padaria. Hoje, o serviço já é fator importante no faturamento da casa, marcando cerca de 30%”, pontuou Márcia.

Já a Pandoçura, em Campo Grande, tem o pão como o carro chefe da casa. Porém, a inclusão de serviço de refeição vem assumindo um papel considerável no lucro do estabelecimento. “Temos uma resposta bastante positiva, principalmente no almoço. Além disso, temos o serviço de eventos, no qual levamos toda a estrutura de café da manhã, almoço e jantar para o local desejado”, disse a proprietária Mary Couto. “Cerca de 30 funcionários trabalham na casa e estamos passando por reforma para atender a demanda, que aumentou  muito. A delicatessen vai dobrar de tamanho”, completou.

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