Brasil 247
Com voz firme e ênfase nas frases, a presidente Dilma Rousseff abriu
a 67ª Assembleia Geral da ONU atacando duramente as "políticas
econômicas ortodoxas", de "expansionismo" das moedas estrangeiras, que
promovem uma "guerra cambial" e são calcadas apenas em políticas fiscais
e recessivas. Ela disse que tais procedimentos não resolverão a crise e
prejudicam a situação dos países emergentes. "Meu país tem feito a sua
parte", cravou, acentuando que o Brasil, com sua política econômica,
retirou 40 milhões de pessoas na linha da miséria nos últimos dez anos,
controlou a inflação e mantém bons níveis de emprego.
Dilma arrancou aplausos da assembleia por duas vezes. Ao criticar o
que vai chamando de "crescimento do precoceito islamofóbico" no mundo e,
em seguida, ao dizer que "só uma Palestina soberana atende aos
interesses de Israel", sublinhando que o Brasil defende tanto o Estado
israelense como o Estado palestino.
"O multilateralismo está mais forte depois da Rio+ 20", disse Dilma.
Pouco antes, ela defendeu uma "reforma urgente" no Conselho de Segurança
da ONU, sem, no entanto, reivindicar nominalmente a entrada do Brasil
no organismo. Ao tratar de sustentabilidade, a presidente lembrou que o
País tem um compromisso firmado contra o desmatamento da Amazônia.
"O Brasil continua empenhado em trabalhar com seus vizinhos por um
ambiente de paz e integração social", discorreu a presidente, a respeito
da América Latina. "Nossa região é um bom exemplo para o mundo", disse.
"Para nós, a democracia não é um patrimônio imunes a assaltos", disse
ela, referindo-se veladamente ao golpe no Paraguai. "Reafirmamos nosso
compromisso de manter a região longe de armas de destruição em massa",
disse. Nesse ponto, a presidente não se furtou de citar Cuba como vítima
de um "anacronismo", o embargo econômico do qual é alvo há muitos anos.
A presidente elogiou a organização dos Jogos Olímpicos de Londres,
disse que a contagem regressiva já começou para o Rio de Janeiro e pediu
para que "a chama olímpica ilumine a assembleia geral". Ele sustentou
que a ONU deve ser fortalecida. Acrescentou, finalizando, que as
soluções negociadas tem de ser antecipar e sobrepor às ações violentas.