"O Mundo, em Lugar de Armas, Quer Alimentos", diz Dilma

Antônio Assis
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Brasil 247

Com voz firme e ênfase nas frases, a presidente Dilma Rousseff abriu a 67ª Assembleia Geral da ONU atacando duramente as "políticas econômicas ortodoxas", de "expansionismo" das moedas estrangeiras, que promovem uma "guerra cambial" e são calcadas apenas em políticas fiscais e recessivas. Ela disse que tais procedimentos não resolverão a crise e prejudicam a situação dos países emergentes. "Meu país tem feito a sua parte", cravou, acentuando que o Brasil, com sua política econômica, retirou 40 milhões de pessoas na linha da miséria nos últimos dez anos, controlou a inflação e mantém bons níveis de emprego.

Dilma arrancou aplausos da assembleia por duas vezes. Ao criticar o que vai chamando de "crescimento do precoceito islamofóbico" no mundo e, em seguida, ao dizer que "só uma Palestina soberana atende aos interesses de Israel", sublinhando que o Brasil defende tanto o Estado israelense como o Estado palestino.
"O multilateralismo está mais forte depois da Rio+ 20", disse Dilma. Pouco antes, ela defendeu uma "reforma urgente" no Conselho de Segurança da ONU, sem, no entanto, reivindicar nominalmente a entrada do Brasil no organismo. Ao tratar de sustentabilidade, a presidente lembrou que o País tem um compromisso firmado contra o desmatamento da Amazônia.
"O Brasil continua empenhado em trabalhar com seus vizinhos por um ambiente de paz e integração social", discorreu a presidente, a respeito da América Latina. "Nossa região é um bom exemplo para o mundo", disse. "Para nós, a democracia não é um patrimônio imunes a assaltos", disse ela, referindo-se veladamente ao golpe no Paraguai. "Reafirmamos nosso compromisso de manter a região longe de armas de destruição em massa", disse. Nesse ponto, a presidente não se furtou de citar Cuba como vítima de um "anacronismo", o embargo econômico do qual é alvo há muitos anos.
A presidente elogiou a organização dos Jogos Olímpicos de Londres, disse que a contagem regressiva já começou para o Rio de Janeiro e pediu para que "a chama olímpica ilumine a assembleia geral". Ele sustentou que a ONU deve ser fortalecida. Acrescentou, finalizando, que as soluções negociadas tem de ser antecipar e sobrepor às ações violentas.

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