Filmes Pernambucanos Levam Prêmio no Festival de Brasília

Antônio Assis
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Correio Braziliense

Uma quantidade ínfima de convidados — em torno de 60% da capacidade da Sala Villa-Lobos — compareceu à cerimônia de premiação do 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. É o retrato de uma edição com participação fria da plateia. Com exceção dos dois dias da Mostra Brasília e da sessão de sábado — quando foi exibido o documentário do DF Ditadura da especulação —, o público do festival pareceu cansado de carregar o peso da extensão de uma mostra competitiva duplicada. As mais animadas eram duas patinadoras vestidas de dourado que deslizavam graciosamente pelo foyer do Teatro Nacional.

Numa edição que privilegiou a seleção de filmes de Pernambuco, foram distribuídos 16 prêmios para pernambucanos em todas as categorias. O júri oficial reconheceu duas produções daquele estado com o prêmio de melhor longa de ficção: Eles voltam, de Marcelo Lordello, e Era uma vez eu, Verônica, de Marcelo Gomes.
O prêmio de melhor direção, no entanto, ficou para o estreante Daniel Aragão, de Boa sorte, meu amor. A produção também levou melhor som. Era uma vez eu, Verônica, produção dirigida por Marcelo Gomes, arrebatou outros cinco prêmios Candangos: roteiro (Marcelo Gomes), fotografia (Mauro Pinheiro Jr.), trilha sonora (Karina Buhr e Tomaz Alves Souza), ator coajuvante (W. J. Solha) e melhor filme eleito pelo júri popular. Esse amor que nos consome, encabeçado pelo casal Gatto Larsen e Rubens Barbot, levou as premiações de melhor direção de arte e montagem (Ricardo Pretti).

No campo dos intérpretes, o ator Enrique Diaz foi reconhecido por Noites de reis, de Vinicius Reis. A adolescente deixada pelos pais na beira da estrada, a pernambucana Maria Tavares não tinha experiência em interpretação até participar da produção Eles voltam. O papel, porém, lhe rendeu o Candango de melhor atriz. A colega de elenco igualmente inexperiente, Elayne Moura, ficou com a estatueta de melhor coadjuvante.

Entre as narrativas curtas em ficção foi eleito Vestido de Laerte, como melhor filme e direção de arte. A melhor direção foi entregue ao trio de diretores de Eu nunca deveria ter voltado. Everaldo Pontes, do mesmo curta, foi lembrado como ator. Prêmios nas principais categorias foram destinados a A mão que afaga, de Gabriela Amaral Almeida: atriz (Luciana Paes), roteiro (escrito pela diretora) e montagem (Marcelo Dutra). O curta de São Paulo ainda ficou com prêmio de melhor filme, segundo o júri popular. A melhor fotografia em curtas foi para Pedro Sotero, de Canção para minha irmã.

Histórias de vida

A história pessoal da gravidez da mulher, Flor Martínez, narrada pelo documentarista Cao Guimarães, sensibilizou o júri oficial que escolheu o filme como melhor documentário longo, fotografia e som. Também calcado em história pessoal, o doc Elena, de Petra Costa, levou o prêmio de melhor direção, direção de arte, montagem e júri popular na categoria de filmes longos. Documentário de curta duração, o paulista A guerra dos gibis, de Thiago Brandimarte Mendonça foi escolhido o melhor da competitiva de curtas. Única produção do DF na mostra competitiva, o doc curto Ditadura da especulação levou o prêmio de melhor filme eleito pelo público na categoria. O prêmio de melhor direção ficou com a veterana Liliane Sulzbach (A cidade).

Brasilienses

O melhor filme longo da Mostra Brasília foi Parece que existo, de Mario Salimon. O público elegeu como melhor narrativa longa, Sob o signo da poesia, de Neto Borges. Melhor curta-metragem, melhor direção, roteiro e filme (júri popular) foram entregues para a produção Meu amigo Nietzsche, de Faúston da Silva.

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