Canções que Marcaram a História

Antônio Assis
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Folha-PE

O período da ditadura militar (1964 - 1985) é um dos mais sombrios da história brasileira. A repressão, além dos efeitos imediatos - cassação dos direitos políticos, torturas, assassinatos -, também produziu marcas sutis (mas não menos cruéis), que permanecem impregnadas na psiquê do País. Nesse período, vários artistas expuseram, através de seus trabalhos, o que se passava no Bra­sil, como uma forma de rea­ção à situação política. Essas canções, que continuam a comover os ouvintes, serão o mo­te de “Com Censura: Músicas da Ditadura”, que o grupo MPB UNICAP apresenta hoje, no Teatro Luiz Mendonça, às 20h.

“Cálice”, “Para Não Dizer Que Não Falei de Flores”, entre outras, são composições que têm o raro efeito de sintetizar uma é­po­ca, mas não se restringir a ela. Falam sobre a ditadura militar brasileira, mas de forma poética (mas não por isso me­nos enfática), o que ampliou sua potência, atingindo também as novas gerações. Como parte do projeto Marcas da Memória 2012, o grupo MPB UNICAP, formado por alunos, ex-alunos e funcionários da Universidade Católica de Pernambu­co, pretendem reunir em um espetáculo canções que refletem sobre os anos de chumbo.
Estarão presentes músicas das décadas de 1960, 1970 e 1980, de compositores como Caetano Veloso, Milton Nascimento, Chico Buarque e Gilber­to Gil. As canções do repertório tiveram a permissão de se­rem gravadas negadas pelo governo militar e só puderam ser interpretadas anos depois. No show, as cópias com os do­cu­mentos que pediam a autoriza­ção da censura para as músicas serão projetadas em um telão.

Serviço

“Com Censura: Músicas da Ditadura”
Hoje, às 20h
Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu - Boa Viagem)
Entrada gratuita (Convites na bilheteria do Teatro, no dia 25, a partir das 14h)

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