Folha-PE
Por volta das 6h de ontem, o aposentado Eraldo Silva Santos, 78 anos,
saiu de casa para comprar leite. Como de costume, ele pegou sua
bicicleta para cumprir o objetivo. Contudo, foi surpreendido antes de
chegar ao destino. Ao invés de uma pedra, tinha um bueiro no meio do
caminho. Depois de descer do meio de transporte e ficar no canto da rua
para esperar um carro passar, Eraldo tentou subir na bicicleta, mas, ao
apoiar o pé no chão, foi quase engolido pelo buraco. O acidente, que
aconteceu ontem, no bairro da Imbiribeira, Recife, ligou o alerta para o
perigo que bueiros abertos representam para motoristas e pedestres.
Deitado em sua cama, depois de ser atendido e liberado de uma unidade hospitalar, o aposentado acredita ter tido sorte. Devido a uma luxação na coxa direita provocada pelo acidente, ele lamentou ter de ficar sem andar de bicicleta por algum tempo. “Como ele estava coberto de água não vi. Fiquei apenas com a cabeça de fora do buraco. Ainda bem que tinha pessoas na rua e me tiraram logo de lá”, relatou. Após ser levado para casa, Eraldo foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros (CB) para a UPA da Imbiribeira.
Segundo o CB esses casos são mais recorrentes em período de chuva. Isto porque as bocas de lobo, como também são conhecidos os acessos à rede de drenagem da cidade, ficam cobertos por água. Apesar de não haver estatísticas desses casos, idosos, crianças e motos são os que mais se acidentam, conforme os bombeiros. Na rua Jean Émile Favre, área de grande circulação de pessoas na Imbiribeira, é possível visualizar um dos vários bueiros danificados na cidade.
Há poucos metros, mas ainda na mesma rua, o serralheiro Antônio Leite, 43, apontou outro que até pouco tempo estava na mesma situação. “Este passou mais de 15 dias aberto. Só hoje (ontem) fecharam. Não bastasse os outros buracos na via, os carros e as pessoas têm que ficar atentos a isto também”, reclamou. Outra boca de lobo aberta flagrada pela Folha foi na rua Maria César, no Recife Antigo, no Centro da Capital. Quem passa pelo local também precisa redobrar a atenção.
De acordo com o superintendente de Negócios Metropolitanos da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Alex Ramos, existe uma preocupação em relação ao fechamento desses equipamentos. Entre os motivos para a existência de bueiros abertos, ele alertou que alguns tampões feitos de ferro fundido são roubados e vendidos em ferro velho. “Já no caso dos de concreto existe o desgaste natural, principalmente em vias de tráfego intenso”, acrescentou.
Ele informou que, por conta disso, a Compesa está investindo em novos tampões feitos de ferro fundido, mas que contam com peça articulada para o fechamento. Quem se deparar com esse tipo de problema pode informar a Compesa por meio do telefone 0800-081-0195. O tempo médio estimado para o conserto é de três dias.