Transportes Geram Maior Impacto

Antônio Assis
0
Foto:Hesíodo Góes/Arquivo Folha 
Folha-PE

Entre os meses de maio e junho, Recife sentiu os impactos das greves nos transportes públicos. Para os metroviários, foram 37 dias de greve, com quase 100% de adesão dos funcionários da operação e da manutenção e 50% dos trabalhadores da administração. Com a paralisação parcial dos serviços, o Metrô Recife (Metrorec) sofreu um prejuízo de aproximadamente R$ 3 milhões. Já para os rodoviários, a paralisação durou apenas dois dias. Tempo suficiente para que o comércio pudesse sofrer uma leve retração.

“Toda greve de transportes tem um efeito sistêmico sobre a economia, porque ela atinge vários setores ao mesmo tempo”, comentou o coordenador do curso de Economia da Faculdade Boa Viagem (FBV), Antônio Pessoa. “Um dia de greve no transporte se assemelha a um dia de feriado, no qual você tem menos atividades econômicas, me­nos produção e prestação de serviços e, consequentemente, menos arrecadação de impostos”, explicou.

Gerente de uma loja de roupas, Rosa de Souza sentiu uma queda de quase 50% no faturamento do estabelecimento. “Durante a greve de ônibus, os funcionários não conseguiam chegar na hora e, por isso, precisávamos abrir a loja mais tarde. Também fechamos mais cedo por causa da insegurança”, ponderou. Rosa comentou ainda que outra loja da mesma rede, próxima à Estação Central do Metrô, ficou praticamente sem movimentação durante a greve dos metroviários.

Para o diretor Comercial da Eletro Shopping, Adriano Neves, a queda no faturamento das lojas do Centro da Cidade nos dias de greve dos rodoviários chegou a 20%. “A greve do metrô não afeta tanto, porque as pessoas ainda podem utilizar os ônibus. Mas o contrário não funciona. A greve de ônibus está ligada aos nossos clientes da classe C, que representam muito para o faturamento da empresa”, afirmou.

Segundo o presidente em exercício da Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL), Cid Lôbo, o comércio precisa oferecer fatores de tranquilidade e segurança para os consumidores e que, por isso, a greve dos transportes sempre gera perdas. “Outra greve que pode nos prejudicar, dependendo do tempo de duração, é a dos bancários. Começa a faltar dinheiro em circulação e as pessoas deixam de comprar porque o acesso aos bancos fica restrito”, avaliou.

Postar um comentário

0Comentários
Postar um comentário (0)