
Auditor, 58 anos, 36 de carreira, sem vínculos partidários e longe dos barulhentos movimentos sindicais, o carioca Sérgio Belsito já virou um enorme problema para o governo. Presidente do Sindicato dos Funcionários do BC, ele conseguiu unificar as 19 entidades que integram as chamadas carreiras de estado (110 mil servidores federais na base) e ameaça parar a máquina a partir das 24 horas do próximo dia 31 caso a presidente Dilma Rousseff mantenha a posição de não negociar as perdas salariais da categoria acumuladas desde 2008, algo em torno de 23%.
Leão na jaula
“Não seremos mais enrolados. Estamos saturados. O governo não tem proposta”, diz o dirigente. A greve está marcada e o alvo são dois setores sensíveis: a mesa de operações do BC e o sistema de arrecadação da Receita Federal.
Colapso
O gerenciamento do impasse é o primeiro grande teste a ser enfrentado por Dilma em 19 meses de governo. Belsito não faz bravata. E é claro quanto ao efeito do inédito movimento: o coração do estado entraria em colapso.
Depende dos médicos
O PT quer casar a agenda de seus candidatos a prefeito com a dos ministros do partido. Lula já posou ao lado de Dilma em fotos que serão usadas pelos correligionários no país inteiro, mas sua agenda nos palanques está nas mãos dos médicos.
Leandro Mazzini
Esplanada