A Farra do Suplente

Antônio Assis
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Nos Estados Unidos não existe suplente de senador. Aqui existe - e, como diz um sábio empresário, tudo que existe só no Brasil, exceto jabuticaba, é suspeito. O suplente, em geral, é aquele que paga a campanha do titular; e fica em condições de, sem um voto sequer, ocupar uma cadeira no Senado. Às vezes há um jogo combinado: tantos anos um, tantos anos outro. Às vezes a coisa simplesmente acontece.

Já houve casos em que um terço das vagas foi ocupado por suplentes. Hoje, dos 81 senadores, 16 são suplentes (já contando Wilder Morais) - um pouquinho menos de 20%. Um deles é um caso notável: o senador Edison Lobão Filho era suplente do pai, Edison Lobão, convocado para o Ministério de Dilma Rousseff. Três têm linhagem também notável: o suplente de Expedito Junior, cassado em 2007 pela Justiça Eleitoral, o de Demóstenes Torres, cassado por seus colegas, e o de Joaquim Roriz, que renunciou para não ser cassado. 

Tudo bem; mas, se é para ter senadores que não se elegeram, para que há eleição?

Slogan
Investigar custou meses de gravações telefônicas. Preparar o caso exigiu votação na Comissão de Ética. Cassar o mandato, só depois da votação em plenário. 

Ver um senador cassado por corrupção numa sessão presidida por Sarney, com a presença de Jader Barbalho, Renan Calheiros e Collor, não tem preço. 

Carlos Brickmann

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