Desafio a Eduardo Campos

Antônio Assis
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Em 2010, quando retirado da disputa presidencial, Ciro Gomes (PSB) caiu atirando. Disparou contra o então presidente da República, afirmando que ele estava “navegando na maionese”. Afirmou que o petista ia “batizar Dilma de presidente” e que não iria à televisão pedir votos para a escolhida de Lula. Dois anos depois, em entrevista ao Estadão, ontem, Ciro, com considerável antecipação, resolveu declarar apoio à reeleição da presidente Dilma em 2014. No entendimento dele, o PSB só deve pensar em presidência, agora, em 2018. Desta vez, vira-se contra o próprio partido, que anda em rota de distanciamento do PT, e contraria os sinais que vêm sendo emitidos pelo presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. O dirigente socialista deu passos, no Recife, que apontam para um possível voo nacional seu mais cedo do que se espera. E como se a situação já não estivesse remexida o suficiente entre petistas e socialistas, Ciro bota lenha na fogueira: “Caso queira disputar em 2014, (o PSB) deve entregar os cargos que tem no Governo Federal agora”.

Detalhe - A entrega de cargos é assunto remoído, na capital pernambucana, desde que PT e PSB romperam. Há aliados do PT por aqui afirmando, nos bastidores, que se o PT devolver as secretarias estaduais a Eduardo Campos, o PSB estaria obrigado a entregar os espaços que ocupa no Governo Federal. Só que o governador, na visita que fez a Dilma, em Brasília, deixou claro que não era interesse dos socialistas atrapalharem a administração. Em outras palavras, colocou a decisão nas mãos dela, que não pediu nada de volta, ainda. 

Renata Bezerra de Melo
Folha-PE

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