Classe C Muda Hábitos do Mercado Comercial

Antônio Assis
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André Clemente
Folha-PE

Quem investir em empresas do ramo de beleza, viagens, imóveis ou outro segmento que atinja diretamente o sensorial da população tem boas chances de estar no caminho certo. O crescimento da classe C tem representado uma mudança de hábito do que é comercializado no mercado hoje. Na Região Metropolitana do Recife (RMR), por exemplo, 54% da população integra a classe C. Segundo o diretor de Contas da Ipsos Marplan MediaCT, Diego Oliveira, responsável por uma pesquisa sobre o luxo para a classe C, verificou-se que ela é aspiracional. “Não importa de onde veio ou onde está. O que vale é onde ela quer chegar e que se sinta bem lá”, disse.

E quem pretende “atacar” esse consumidor, deve se preocupar com alguns pontos básicos, como conhecer o público com quem quer trabalhar sua marca e oferecer valor agregado. Não é porque essa fatia da população ganha pouco que aceita qualquer produto. Crie e oferte experiên­­cias emocionais, encante, mas seja claro; use a economia da recomendação, afinal, 43% das pessoas pedem conselho na ho­ra da compra e 35% dos consumidores são consultados antes das aquisições.

“As marcas devem tocar o ideário da classe C. Salão de beleza, clínicas de estética, pacotes de viagem com roteiros encantadores são ótimos produtos para esse tipo de consumidor”, garantiu a professora e diretora da Ipsos Marplan, Karla Patriota. “Imóveis residenciais e comerciais também são anseios, principalmente para investimentos”, complementou.

O levantamento foi apresentado em evento promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham). Diferente de outras pesquisas sobre comportamento socioeconômico, que diz, por exemplo, que ter ensino superior coloca a família automaticamente na classe A, a classe C quer espaço e quer ser atendida. E ela quer além do tangível, quer se sentir bem com o produto. E como a classe C enxerga o luxo e o internaliza precisa ser verificado. “Mais de 10% dos mais de 58 mil entrevistados no levantamento mostraram que querem fazer alguma intervenção cirúrgica plástica nos próximos 12 meses. No mesmo período, querem fazer uma viagem para o exterior ou para outra região do País”, disse Karla Patriota.

“Os dados só confirmam a tendência de que a classe C viaja a lazer e as classes A e B viajam a negócios. Os mais ricos, por sinal, não têm tempo para se divertir”, brincou Diego Oliveira. Ainda na pesquisa, a renda individual da classe C fechou em R$ 657 e a familiar, em R$ 1,3 mil.

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