Ciclovias no Recife: Uma Cidade a Favor das Bicicletas

Antônio Assis
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Ciara Carvalho
NE10

Uma cidade a favor da bicicleta. A pesquisa realizada pelo Instituto Maurício de Nassau com o cidadão recifense sinaliza um sentimento novo, ainda não claramente percebido nas ruas e certamente ignorado pelo gestores municipais. O dado é revelador: 93% dos entrevistados afirmaram ser favoráveis à construção de ciclovias na capital. Um percentual de aprovação que surpreende até os ciclistas já acostumados a cruzar, sobre duas rodas, o trânsito caótico da cidade. “É uma surpresa positiva porque mostra o desejo das pessoas de usarem a bicicleta. O que falta são as condições para isso”, diz o ciclista e gerente na área de informática Felipe Malagueta. A pedido do JC, ele acompanhou a reportagem numa missão espinhosa: cruzar a cidade de bicicleta para percorrer os cinco pontos oficiais de ciclovia do Recife [o estado das vias destinadas aos ciclistas você confere no mapa abaixo]. Um desafio vencido em 37 quilômetros de percurso, após 3 horas e 46 minutos, vários sustos, algumas “fechadas” de ônibus e uma triste constatação: as ruas do Recife são uma ameaça ao ciclista.

O passeio, se é que se pode chamar assim, começou na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Batizada de “ciclocurvas”, pelas muitas curvas do traçado (feitas para acomodar as vagas de estacionamento na orla), a ciclovia possui 8,5 km de extensão e é voltada ao lazer. Apesar da separação física dos carros, ela não está imune aos problemas cotidianos da cidade. São comuns poças d’água, carrinhos de ambulantes parados na pista, pedestres e até motoqueiros circulando no espaço que deveria ser exclusivo das bicicletas. “Mesmo assim, a gente pode dizer que está no céu. Depois dela, é muito pior”, avisa Felipe.

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