Folha-PE
Um homem morreu ao trocar tiros com a polícia, ontem, durante uma tentativa de assalto a uma agência bancária instalada dentro da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), no bairro de Dois Irmãos, no Recife. Apesar da greve dos servidores da UFPE e UFRPE, professores, alunos e funcionários da universidade estavam no campus quando, por volta das 12h, ouviram vários tiros e se esconderam como puderam. Policiais da Delegacia de Roubos e Furtos haviam recebido a informação de que criminosos realizariam um assalto e foram ao local para impedir a ação dos criminosos com o apoio da Coordenação de Operações de Recursos Especiais (Core). Os assaltantes reagiram e um deles terminou sendo baleado pelos policiais. Elton Mesquita de Melo, de 29 anos, foi levado para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá, mas não resistiu aos ferimentos.
Entre quatro ou cinco pessoas formavam o grupo. Os outros suspeitos conseguiram fugir. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco estima que esta tenha sido a 21ª investida criminosa contra agências bancárias registrada este ano em Pernambuco.
De acordo com o delegado de Roubos e Furtos, Mauro Cabral, a polícia continua trabalhando para tentar identificar e localizar o restante do grupo. “A gente estava com a investigação que acenava para a prática de um assalto em uma agência bancária e resolvemos nos deslocar ao local com a ajuda do Core, que é a unidade especializada que está prestando o apoio à delegacia com a greve. Foram identificadas as pessoas e no momento da abordagem elas entenderam que poderia ocorrer a prisão empreenderam fuga e fizeram alguns disparos contra os policiais. Nesse embate infelizmente um dos elementos foi ferido e veio a óbito”, detalhou o delegado.
O prédio da UFRPE foi interditado e o expediente suspenso. Todos os veículos que saíam eram vistoriados por policiais. O biólogo Cristiano Fraga, de 24 anos, e a mestranda em Ecologia Alane Couto, de 23 anos, estudavam no Laboratório de Termitologia quando tudo aconteceu. Ao ouvir tiros e ver que havia pessoas armadas eles se esconderam no banheiro da universidade. “A gente estava estudando e escutou uma rajada, tipo fogos. Depois viu um homem com um tipo de submetralhadora e se trancou no banheiro. A polícia tentou abrir a porta, mas a gente ficou lá dentro calado achando que eram os ladrões porque os policiais estavam à paisana”, contou Alane.
Alguns estudantes também chegaram a ser revistados pela polícia. “Eles mandaram deitar, olharam as bolsas da gente e pediram os documentos. Foi uma situação complicada porque a gente estava trancado lá dentro ouvindo um pessoal que estava do lado de fora chorando e gritando”, destacou Cristiano.