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A revelação de que esteve envolvido em escândalos de recebimento de propina parece ter diminuído o prestígio de João Havelange na Fifa. Neste domingo (15), o jornal suíço SonntagsBlick reproduziu uma entrevista com Joseph Blatter, na qual o presidente da entidade afirma que o brasileiro deveria deixar o cargo de presidente de honra do maior órgão do futebol mundial.
— Ele tem que ir. Ele não pode permanecer como presidente de honra depois destes incidentes. Havelange é e foi um grande dirigente. Ele é multimilionário. Para mim era inconcebível que ele recebesse propina. Ele não precisava.
Havelange foi, juntamente com Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, condenado na Suíça pelo recebimento de propinas. Segundo o relatório oficial do processo, Teixeira embolsou R$ 26,4 milhões (US$ 13 milhões) entre 1992 e 1997 da ISL, enquanto Havelange arrecadou aproximadamente R$ 2 milhões (US$ 1 milhão) em 1997.
A investigação criminal havia sido encerrada há mais de dois anos, mas o Supremo Tribunal da Suíça, entretanto, acatou pedidos feitos por órgãos da imprensa do país e decidiu pela liberação dos documentos, considerados de "interesse público".
E apesar de Blatter já estar na presidência da Fifa desde 1998, substituindo justamente João Havelange, para quem trabalhava como diretor, o suíço garantiu que não tinha conhecimento do escândalo.
— Eu só fiquei sabendo disso (dos pagamentos), depois do colapso da agência ISL, em 2001. Foi a própria Fifa que abriu o inquérito criminal na época e desde então tem acompanhado o desenrolar do caso ISL.