
A Lua Music manda ver, no final deste mês de junho, 100 anos de Gonzagão, até agora,o mais arrojado projeto em disco para celebrar o centenário de Luiz Gonzaga. São três CDs, divididos por tema: Sertão, Xamego e Baião, cinquenta faixas, quase sem repetição de artistas. As exceções são Dominguinhos, Anastácia e Ednardo e Geraldo Azevedo que abrem o repertório com Asa Branca, e cantam em faixas individuais.
A produção é assinada por Thiago Marques Luiz, especialista em tributos. Já assinou, entre outros, o fornido Entre amigos, box com uma trinca de CDs dedicados à obra de Johnny Alf. A seleção de 100 anos de Gonzagão é elogiável, mesmo que enfatize composições mais, ou mais ou menos, conhecidas. Claro que com algumas obscuras como Madame baião, e O torrado.
Para interpretar a obra de Gonzagão foram congregados nomes heterogêneos da MPB. Indo dos roqueiros da Vanguart ao caipira moderno Passoca, passando pela neo-androginia de Filipe Catto, ao forró mezzo americano, mezzo brasileiro do Forró in the Dark e Nation Beat, chegando à ex-maninha da Jovem Guarda, Wanderléa, que interpreta o inaugural Baião.
De Pernambuco, tem Ylana Queiroga, Gonzaga Leal, André Rio, Guadalupe (em dueto com a filha Liv Moraes), André Rio, Karina Buhr, China, e ainda Dominguinhos, Anastácia, Geraldo Azevedo. Pena que tenham ficado de fora alguns forrozeiros renomados como Maciel Melo ou Jorge de Altinho.
José Teles
JC Online