Fábio Guibu
Folha de São Paulo
O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, assumiu o controle da sucessão em Recife e apresentou aos partidos aliados seus quatro pré-candidatos à prefeitura da capital, ex-secretários estaduais exonerados de seus cargos no fim de semana.
Campos ter sido muito cobrado pela população e pelas legendas coligadas a tomar as rédeas do processo sucessório, paralisado pela crise interna do PT, que administra a cidade há 12 anos.
"Vieram me procurar para que eu pudesse contribuir e encontrar uma saída para essa situação", afirmou nesta terça-feira (12), em entrevista no Palácio Campo das Princesas. "Eu não posso me furtar a esse papel."
O PT, segundo o governador, tinha a "tarefa de coordenar esse processo, mas o tempo foi consumido no debate interno".
O governador conversou no domingo (10) com o prefeito João da Costa, que foi impedido pela Executiva Nacional do PT de tentar a reeleição.
Ele disse que estava sendo instado a assumir o controle da sucessão municipal e que iria procurar todos os partidos da base para conversar.
"Estou ouvindo aqueles que não puderam falar nesse tempo todo e que, com muita paciência, acompanharam todo esse processo", afirmou. "A atitude que devemos tomar deve ser compartilhada com a opinião de todos."
"Eu já vivi eleições com unidade política e sem unidade; já vi unidade verdadeira e unidade pela metade e sei no que dá um caminho e outro. Tenho a responsabilidade de compartilhar essa experiência com todos os companheiros", declarou.
Só após ouvir os partidos da base, e com a maioria ao seu lado, Campos vai anunciar o rompimento com o PT em Recife e o lançamento do candidato próprio do PSB à prefeitura da capital.
"A frente [de partidos comandada pelo PT] tem serviços prestados, mas nós queremos mais, queremos ir mais longe, queremos ver o Recife melhorando", disse ele.
Os quatro pré-candidatos socialistas são Geraldo Julio, Tadeu Alencar, Danilo Cabral e Sileno Guedes.
O pré-candidato do PT é o senador Humberto Costa. Seu nome foi imposto pela Executiva Nacional do partido como alternativa a João da Costa. O prefeito recorreu ao Diretório Nacional.