Otávio Batista
Jornal do Commercio
No calendário eleitoral brasileiro, o mês de junho é quando tradicionalmente ocorrem as convenções partidárias. Na letra fria da lei, a convenção é o momento reservado para discussão e definição entre as instâncias do partido, para, de acordo com seu regimento interno – e “de maneira legítima” –, definir oficialmente seus candidatos e coligações.
Na prática, entretanto, a convenção é o momento de bater o martelo em costuras e articulações realizadas nos meses que a antecedem e, em solenidade, anunciar candidaturas e a formação das chapas. Com o cenário de incertezas que irradia do PT recifense e contamina aliados e oposição, os partidos chegaram ao mês das convenções igualmente incertos quanto as composições a serem definidas: até agora, a data de nenhuma convenção está definida.
Em vias de organizar sua primeira convenção, o recém-criado Partido Social Democrático – o PSD, do prefeito de São Paulo Gilberto Kassab –, presidido no Estado por André de Paula, é um reflexo desse momento de indefinição. “Não dá pra marcar nada relativo a convenção porque eu não vou disputar essa eleição sozinho, então preciso esperar que as definições ocorram”, avaliou o ex-deputado federal.
André de Paula lembrou ainda que, apesar dos 20 dias de prazo previstos no calendário eleitoral, é muito comum os partidos políticos deixarem para os últimos dias. “Baseado na minha experiência ainda está cedo para definir alguma data, a maioria dos grandes partidos marcam suas convenções no mesmo dia, perto do final do prazo”, disse.
A previsão de André de Paula é que a grande maioria das convenções aconteça no domingo 30, último dia do prazo.Os últimos ajustes políticos não afetam apenas os grandes partidos que pretendem formar grandes coligações. O PSOL, que tradicionalmente corre eleições sozinho, ainda fecha as últimas articulações em cidades críticas para definir as datas de suas convenções, que, de acordo com o presidente estadual, Edilson Silva, devem ocorrer apenas na segunda metade do prazo. “As convenções são um processo formal, que sucede um processo político.