Thomaz Bastos: “Nunca Fiz Tráfico de Influência”

Antônio Assis
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O advogado Marcio Thomaz Bastos hoje se vê na delicada posição de um homem que tem, a toda hora, que prestar explicações sobre seus atos. Até ontem, ele era ministro da Justiça. Hoje, advoga para o maior contraventor do País, que, nesta semana, fez de palhaços os parlamentares que fazem parte da CPI sobre Carlos Cachoeira.

O primeiro a vocalizar a estranheza com os movimentos do ex-ministro foi o músico (e também advogado) Alceu Valença. Em sua página no Facebook, o cantor pernambucano indagou sobre o decoro de um homem público que se dispõe a receber R$ 15 milhões de um bicheiro. Dinheiro de origem provavelmente ilícita. E que o orienta a se calar na CPI para não produzir provas contra si.

Acostumado a elogios e rapapés, Marcio Thomaz Bastos está incomodado com os danos que o caso Cachoeira pode causar a sua imagem. Nesta semana, ele falou à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, e agora a Claudio Dantas Sequeira e Izabelle Torres, da Istoé. Nesta entrevista, disse que nunca fez tráfico de influência. “Fui advogado durante 45 anos, passei quatro anos no Ministério da Justiça, do qual saí há seis anos, e voltei a advogar. Sempre dentro do mesmo padrão ético que tinha antes”, afirmou à Istoé.

Bastos disse ainda que todos os cidadãos têm direito à defesa, que existe a presunção de inocência e que só aliena seu direito de advogar à própria consciência. Mas será que Alceu Valença não tem razão? Pode o homem que, até ontem, encarnava a lei se tornar hoje o conselheiro de R$ 15 milhões do crime organizado?

Brasil 247

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