O último grande acerto político do ex-presidente Lula foi a eleição de Dilma Rousseff para presidente da República. A um ano do término do seu mandato, ele farejou que o Brasil estava maduro para eleger uma mulher e pinçou como candidata uma ex-vítima do regime militar, que passara três anos numa penitenciária do Rio de Janeiro por sua militância política de esquerda. Dilma derrotou Serra no 2º turno, com 56% dos votos válidos. E isso fez Lula imaginar-se como um “semideus”.
A partir daí, porém, o ex-presidente começou a errar. Ele tirou Marta Suplicy da disputa eleitoral pela prefeitura de São Paulo, mesmo ela estando em 1º em todas as pesquisas, para colocar Fernando Haddad, que ainda pode crescer no curso da campanha, evidentemente. Mas permanece atrás de Serra, Celso Russomano, Netinho de Paula, Gabriel Chalita e Soninha Francine. Além disso, Haddad é daquele tipo de político que gostaria de ser prefeito mas não gostaria de ser candidato.
No entanto, o maior de todos os seus erros foi o que foi citado pela Veja neste final de semana: o encontro com o ministro Gilmar Mendes a fim de apresentar-lhe uma proposta não republicana: você vota no STF pelo adiamento do julgamento do “mensalão” e eu salvo a sua pele na CPI do Cachoeira. Isso demonstra o seu primarismo sobre a importância das instituições num regime democrático e se estivesse no poder, como disse o ministro Celso de Mello, seria caso de “impeachment”.
Inaldo Sampaio