Terceira Noite do Cine PE é de Jorge Mautner

Antônio Assis
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Em noite corrida, a Mostra Competitiva de Longas e Curtas Metragens da terceira noite do Cine PE 2012 começou com atraso, devido à reexibição do longa “À Beira do Caminho”, de Breno Silveira, exibido na primeira noite do festival com um problema no áudio. O festival também trouxe dois filmes sobre Jorge Mautner, o que se tornou uma verdadeira homenagem não-oficial ao cantor, compositor e escritor paulista.

O segundo curta, o alagoano “Km 58”, primeiro trabalho audiovisual do diretor Rafhael Barbosa, não deixou bem claro para que veio. Confuso, o filme gira em torno do protagonista Miguel (interpretado pelo ator Igor de Araújo), que dirige por estradas desertas no meio da madrugada, aflito, e fugindo de algum conflito que não é explicitado.Abrindo a rodada de curtas, “Kaosnavial”, de Marcelo Pedroso e Afonso Oliveira, faz um registro do encontro do Maracatu Estrela de Ouro, do Mestre Zé Duda, com a Mitologia do Kaos, de Jorge Mautner, que resultou no disco Maracatu Atômico Kaosnavial. “Queria dizer que a Zona da Mata de Pernambuco tem um movimento chamado Canavial e que estamos começando a produzir filmes”, adiantou Afonso Oliveira.

O diretor porto-alegrense Jorge Furtado marcou presença no festival com o divertido “Até a Vista”, que conta com a participação de Dira Paes. O filme brinca com algumas experiências pessoais vividas pelo diretor, ainda jovem, quando tentou realizar o seu primeiro filme, e arrancou gargalhadas do público. Apaixonado por um livro de um escritor argentino, o jovem furtado vai até Buenos Aires para comprar os direitos de filmagem da história. O escritor, então, propõe que ele o acompanhe até o Pará para cumprir uma promessa feita a um amor.

Mas a noite era de Jorge Mautner e se encerrou com a exibição do longa “O Filho do Holocausto”, dirigido por Pedro Bial e Heitor D’Alincourt, e ovacionado pelo público. Em formato de documentário televisivo, o filme reúne imagens raras que remontam a trajetória vivida por Mautner, filho de judeu austríaco com uma católica iugoslava. Desde o nascimento no barco que trouxe seus pais, fugidos da Europa nazista para o Brasil, seu primeiro e premiado livro escrito aos 15 anos “Deus da Chuva e da Morte”, a prisão por comportamento subversivo em São Paulo até o exílio em Londres, quando conheceu as figuras de Caetano Veloso e Gilberto Gil.

O filme intercala entrevistas com personagens fundamentais da vida de Mautner, como Gil e Caetano e familiares, com apresentações musicais feitas em estúdio especialmente para o filme, além de vivências do cantor com seus companheiros de música, e a divertida e tocante conversa com a filha Amora, onde relembram a história dos dois.

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