A política atropelou João Paulo

Antônio Assis
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Embora fosse o candidato de metade do povo do Recife à sucessão do prefeito João da Costa, o deputado João Paulo se inviabilizou dentro do PT para disputar novamente a prefeitura. Ele perdeu as condições políticas para ser o candidato porque se desentendeu com o atual prefeito. Ainda tentou construir a candidatura por meio do ex-presidente Lula e da direção nacional do partido, porém suas expectativas se frustraram. Restava-lhe ainda o caminho das prévias, mas ele decidiu não arriscar.

Num universo de 33 mil eleitores, não era de todo improvável que obtivesse mais votos que o prefeito João da Costa e o deputado Maurício Rands, indo ao segundo turno com o segundo colocado. Mas após consulta ao seu grupo político chegou à conclusão de que não valeria a pena. Sem outra opção, portanto, declarou apoio ontem ao deputado Maurício Rands, que é sustentado politicamente pelo senador Humberto Costa e, suspeita-se, pelo Palácio do Campo das Princesas.

João Paulo seria o candidato consensual dos partidos da Frente Popular se não tivesse brigado com o prefeito que ajudou a eleger. Embalado pelas pesquisas de opinião, ele teria o apoio do próprio João da Costa, do governador Eduardo Campos, dos senadores Armando Monteiro e Humberto Costa e dos deputados Inocêncio Oliveira (PR), Cadoca (PSC) e Eduardo da Fonte (PP). No entanto, a política às vezes atropela quem não sabe lidar com ela e o ex-prefeito acabou sendo atropelado.


Inaldo sampaio

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