Carlos Chagas
Além de criar uma série de benefícios para a industria buscar recuperação, a presidente Dilma determinou esta semana que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica baixassem a taxa de juros, visando estancar a cachoeira (o nome está na moda) de recursos fluindo todos os dias para o exterior, em cada especulação externa que chega ao Brasil e logo se retira. Trata-se de um bom começo, mas o centro do alvo ainda não foi atingido. É bom para nossas maiores empresas pagarem menos impostos, liberadas de certos encargos trabalhistas, mas a pergunta que se faz refere-se ao cidadão comum: quando o assalariado que paga impostos receberá sinais de refrigério por parte do governo?
Atendido o grande industrial, na medida do possível, fica a evidência de permanecer a mesma a carga tributária que assola a imensa maioria da população. Direta e indiretamente, o brasileiro médio se vê comprimido entre a obrigação de pagar e nenhuma perspectiva de alívio no pagamento. Inclua-se no rol os micro e pequenos empresários. Ainda agora prepara-se mais uma declaração do Imposto de Renda. O vertiginoso avanço da técnica capacita cada vez mais a Receita Federal a tornar-se implacável a partir do cruzamento de dados de computador, envolvendo a vida profissional de cada um. Haveria vontade política, no governo, para desafogar a carga tributária da massa comprimida entre salários insuficientes e impostos impositivos?