Sidney Rezende
O empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, está no presídio de segurança máxima de Mossoró, Rio Grande do Norte. Ele não é um preso comum. Segundo informações de carcereiros para a imprensa local, Cachoeira consome a mesma comida servida para direção da penitenciária e não a destinada aos demais presos.
E por que este tratamento especial? Tudo por causa da "importância política" do preso. E pelo grau de ligações políticas mantidas pelo bicheiro durante os últimos 10 anos, como as já conhecidas com o senador Demóstenes Torres, parte do staff do governador de Goiás, Marconi Perillo, deputados como Rubens Otoni (PT-GO) - filmado negociando repasses financeiros para Cachoeira - Stepan Nercessian (PPS-RJ), Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO), além do prefeito de Águas Lindas, Geraldo Messias (PP).
Já se diz maldosamente em Brasília que Cachoeira contava com uma expressiva bancada útil para os seus interesses.
A prisão de Carlinhos Cachoeira foi resultado da Operação Monte Carlo, aberta para investigar o caso dos jogos ilegais, que teria a participação do senador Demóstenes Torres. O temor de todos é que ocorra algo com Carlinhos Cachoeira e ele deixe de colaborar com a investigação.
Tratá-lo com deferência seria uma estratégia para que ele abra o bico.