Luciana Franco
Restrições podem abrir espaço para o biodiesel brasileiro
Depois da autorização, nesta sexta-feira (20/4), do Parlamento Europeu para que os líderes da União Européia adotassem medidas comerciais necessárias para defender os investimentos comunitários no estrangeiro, o governo espanhol anunciou a limitação das importações de biodiesel da Argentina. A ação é uma resposta para a nacionalização da companhia petrolífera espanhola YPF por parte do país sulamericano.
A medida entrará em vigor a partir deste sábado, e atende a uma antiga reivindicação de produtores espanhóis. Os argentinos são os grandes exportadores de óleo de soja para a indústria de biodiesel da Europa. Atualmente, a Espanha compra cerca US$ 1 bilhão no país. Caso os 27 países da União Européia apóiem a iniciativa espanhola e deixem o fornecedor, cerca de US$ 10 bilhões deverão deixar de circular na Argentina.
Neste caso, apresenta-se uma enorme possibilidade para o Brasil ganhar espaço no abastecimento do mercado europeu. O país tem mais segurança jurídica que a Argentina e dispõem de muitos produtos que atualmente são adquiridos no vizinho.
“Há diversas plantas de biodiesel instaladas no Brasil que não ampliam sua produção por conta da escassez de demanda. Temos plenas condições de atender a Europa com biodiesel a qualquer momento, em qualquer volume”, diz Carlos Henrique Favaro, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso (Aprosoja). Além disso, o Brasil produz anualmente 7 milhões de toneladas de óleo de soja, dos quais 1,7 milhões são destinados ao mercado externo.