Depois de 48 anos, a Comissão da Verdade

Antônio Assis
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Completam-se hoje, 31 de março, 48 anos do golpe militar que derrubou João Goulart da presidência da República e Miguel Arraes do governo estadual. Como disse Tancredo Neves em sua campanha presidencial, a tomada do poder pelos militares é fato político incontrastável, cabendo agora aos politólogos, sociólogos e historiados a análise dos seus reflexos na história do país. Porém, mesmo a quase meio século do episódio, o Brasil ainda pena para instalar sua “Comissão da Verdade”.

Ela já foi criada pelo Congresso, mas a presidente Dilma ainda não designou os seus sete membros. Como o próprio nome diz, eles ficarão responsáveis pela busca da verdade e não por atos de caráter revanchista, já que o STF decidiu que a Lei da Anistia valeu para os dois lados, isto é, vencidos e vencedores, e não pode ser alvo de contestação. Isso não impede que a Comissão se debruce sobre fatos que jamais foram esclarecidos, entre eles o sumiço de presos políticos no pós 64. 

Nesse particular, o destino jogou a favor do governador Eduardo Campos, que enviou ontem à Assembleia Legislativa um projeto de lei propondo a criação da “Comissão da Verdade” em nível estadual. Ele, que é neto de Miguel Arraes, é o maior interessado no esclarecimento de fatos que permanecem obscuros, como o desaparecimento do estudante pernambucano Fernando Santa Cruz Oliveira, no Rio de Janeiro, na década de 70, quando participava de um protesto contra os militares.   

Blog do Inaldo Sampaio

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