Experiência positiva da pioneira Rota dos Coqueiros, que se tornou um vetor de desenvolvimento da Praia do Paiva
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Marina Barbosa
Folha de Pernaambuco
Há dez anos, Pernambuco assinava o contrato da sua primeira Parceria Público-Privada (PPP) viária. Era o início da Rota dos Coqueiros, a estrada pedagiada que liga Barra de Jangada ao litoral do Cabo de Santo Agostinho e viabilizou o desenvolvimento da região que antes topava no Rio Jaboatão e hoje ostenta o Bairro do Paiva. A experiência mudou toda a dinâmica local e hoje ainda se apresenta como uma justificativa para que o Estado retome as discussões sobre as concessões rodoviárias, vistas como uma forma viável de acabar com gargalos viários mesmo nesta época de baixo orçamento público.

Em Pernambuco, não foi diferente. Raul Henry que o diga. O vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico foi duas vezes a Brasília nas últimas semanas para tratar do tema com o secretário-executivo do PPI, Moreira Franco. Entre os pedidos, está a inclusão de rodovias federais que cortam o Estado nos próximos pacotes do PPI, que não contemplou Pernambuco na sua primeira rodada de negociações. “A concessão é uma saída para quando não há poupança pública disponível. E o Estado brasileiro está vivendo um momento de grande crise fiscal. Estamos vendo um grande esforço para manter os serviços básicos funcionando e pagar o pessoal em dia. Então, é preciso adotar políticas prioritárias, como a segurança pública, a saúde e a educação”, argumenta Raul Henry, justificando a opção do Governo de Pernambuco por novas concessões rodoviárias.
Rodovias federais
Entre os planos do Estado, está a concessão de trechos da BR-101, da BR-232 e da BR-408. “O Governo Federal está realizando os estudos técnicos dessas rodovias. Quando este trabalho for concluído, será submetido ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que possa ser licitado”, antecipou Raul. Por meio da assessoria de comunicação, o Governo Federal confirmou que os pedidos de Pernambuco estão sendo analisados pelo Ministério dos Transportes. Este seria o primeiro passo para que, se aprovados, entrem no PPI.
Até que isso aconteça, não se pode dizer com certeza quais trechos e serviços serão concessionados. Mas o que se comenta entre os especialistas é de que a BR-101 seria concessionada em todo o Estado, da divisa com Alagoas até a divisa com a Paraíba, para que tivesse a manutenção garantida pela iniciativa privada. Já a BR-232 poderia ser triplicada entre a saída do Recife e a BR-408, que seria concessionada para que continuasse em boas condições no entorno da Arena de Pernambuco. Já o Arco Metropolitano, que vai desafogar o trânsito na BR-101 na saída do Recife, não será construído pelo capital privado, garante Raul Henry. “Um estudo mostrou que, neste caso, a concessão é inviável, porque o pedágio subiria muito por causa do alto investimento. Então, o Arco continua sendo uma obra pública”, diz o secretário e vice-governador, que pretende captar recursos federais para o projeto. O Estado ainda pensa em outra concessão fora do PPI. É a do Miniarco, cujo estudo de viabilidade foi licitado recentemente pela Secretaria de Transportes de Pernambuco e deve sair nos próximos seis meses, para ser licitado entre a iniciativa privada.