Terreno da antiga Fábrica Aurora receberá megaempreendimento imobiliário

Antônio Assis
0
Terreno da antiga Fábrica Aurora, em Paulista, estava ocioso há mais de 50 anos. Foto: Prefeitura do Paulista/Divulgação

Augusto Freitas
Diário de Pernambuco

Cerca de 50 anos depois de encerrar as suas atividades industriais no setor têxtil, a antiga Fábrica Aurora, localizada na cidade do Paulista, Região Metropolitana do Recife (RMR), terá a sua área transformada em um megaempreendimento imobiliário por um consórcio liderado pela Construtora Carrilho. O terreno, de aproximadamente 200 mil metros quadrados, será dividido em três partes para receber um projeto que contempla unidades habitacionais, salas comerciais e um centro de compras. O projeto será bancado pela Carrilho em parceria com o Grupo Nilson Lundgren (proprietário do imóvel), que formaram uma terceira empresa com o objetivo específico de viabilizar o empreendimento.

O projeto, inclusive, já teria sido batizado de Vila Aurora, mas a Construtora Carrilho não confirmou a informação. As obras de demolição do muro que delimitava a antiga indústria começaram no mês passado e a previsão de entrega total do projeto deve ocorrer em até oito anos, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Cidade do Paulista. 

De acordo com o titular da pasta, João Luiz da Silva Júnior, todo o projeto arquitetônico do empreendimento está licenciado e aprovado pela prefeitura municipal. Ele confirmou que o Vila Aurora terá um condomínio com um total de 3 milapartamentos, um edifício-garagem para mil vagas, duas torres com salas comerciais e um centro de compras. “A área da Fábrica Aurora estava ociosa há mais de 50 anos, quando a indústria encerrou suas atividades. Era necessário criar um projeto para o local e uma comissão de técnicos da prefeitura atestou, após várias reuniões, a viabilidade do empreendimento, que irá atrair maisINVESTIMENTOS para a cidade e requalificar toda aquela área”, explicou. “Os apartamentos residenciais terão aproximadamente 50 metros quadrados e terão o benefício do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. A estimativa de valor por apartamento é de R$ 150 mil”, pontuou.
Projeto do Vila Aurora deve ser finalizado em até oito anos, mas obras iniciais já começaram. Foto: Prefeitura do Paulista/Divulgação
Projeto do Vila Aurora deve ser finalizado em até oito anos, mas obras iniciais já começaram. Foto: Prefeitura do Paulista/Divulgação
A reportagem do Diario entrou em contato com a Construtora Carrilho, através da assessoria de comunicação, para obter mais informações do empreendimento, como o total de recursos financeiros empregados no Vila Aurora, o tamanho das unidades habitacionais e salas comerciais, bem como a quantidade de lojas do futuro centro de compras e o número de empregos gerados após o início das operações. Até o momento, no entanto, não obteve respostas sobre esses itens. O valor dos imóveis residenciais pode mudar em função do momento do mercado imobiliário. 

Questionado sobre se a construção do empreendimento causou resistência da população de Paulista, considerando as dimensões e a localização estratégica do terreno, praticamente no Centro da cidade, o secretário João Luiz Júnior confirmou que um grupo de moradores foi contra e questionou a viabilidade do projeto. “Por se tratar de uma grande área que estava ociosa, algumas pessoas não se mostraram a favor do empreendimento, pegando carona na questão do Cais José Estelita, no Recife. Realizamos várias reuniões entre esse grupo e a comissão que analisa projetos de grande impacto na cidade e, após explicações detalhadas, mostramos que seria totalmente viável a transformação da área. O Vila Aurora será erguido sem impacto ambiental”, ressaltou Júnior.

Tombamento e condições
Apesar das mudanças gerais que o espaço passará nos próximos anos, parte da memória da indústria têxtil será preservada. O empreendimento, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Cidade do Paulista, terá preservados três chaminés, a casa das caldeiras, a caixa d’água e parte do muro da antiga Fábrica Aurora, que será restaurado com tijolos aparentes. Isto por que esses pontos são patrimônios tombados pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). Segundo o secretário, cada uma das três chaminés será restaurada pela construtora, ao custo total de R$ 450 mil. Um dos galpões também será restaurado para abrigar um anfiteatro.

“Esse tombamento também foi solicitado junto à Câmara de Vereadores do Paulista por que existe toda uma memória da antiga fábrica, a importância econômica que ele teve para a cidade e o sustento de muitas famílias. Preservar esses pontos era parte do projeto. A Construtora ainda vai erguer uma réplica de uma das chaminés com três metros de altura na entrada do projeto, como forma de resgatar essa importante memória”, destacou João Luiz. 

Segundo o secretário, para que o empreendimento saísse do papel foram necessárias, ainda, algumas condições de reforço estrutural no entorno da região. "Estamos em um ponto estratégico entre o Recife e o Polo Automotivo de Goiana e certamente ele será um atrativo. Além disso, é um empreendimento sustentável, inclusive com tratamento de esgoto independente, que poderá ser incorporado sem nenhum problema ao projeto de saneamento do governo do estado para toda a Região Metropolitana do Recife”, completou João Luiz. 

A Secretaria de Desenvolvimento Urbano incluiu a requalificação de 2.465 metros quadrados de calçadas acessíveis, intervenção custeada pela Construtora Carrilho como medida compensatória. Com a reforma, os passeios dos pedestres serão dotados de 11 rampas acessíveis para cadeirantes, piso tátil direcional e de atenção e 60 bancos de praças, além do plantio de 69 árvores de médio porte para sombreamento, 31 lixeiras e uma nova iluminação. Uma ciclovia também será implantada no projeto.

Postar um comentário

0Comentários
Postar um comentário (0)