Edição histórica de Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher marca 20 anos do Instituto DataSenado

Antônio Assis
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O Instituto de Pesquisas DataSenado lança nesta quinta-feira (27), às 14h, em sessão no Plenário do Senado, a maior e mais longa Pesquisa Nacional sobre Violência contra a Mulher, que completa 20 anos de realização contínua, com série histórica sobre violência doméstica e familiar no Brasil.

Após a sessão, haverá coletiva na praça das Bandeiras para divulgação dos índices com a procuradora especial da Mulher, senadora Augusta Brito (PT-CE), e o coordenador do DataSenado, Marcos Ruben.

Segundo a pesquisa, mais de 3,7 milhões de brasileiras viveram um ou mais episódios de violência doméstica nos últimos 12 meses. Do total, 71% foram agredidas na presença de outras pessoas, sendo que 70% dessas testemunhas eram crianças, em geral, filhos das vítimas. 

A pesquisa de 2025 evoluiu nas perguntas ao longo das duas décadas, com sondagem em dois blocos: a percepção que as mulheres têm da violência e a violência direta sofrida. Ou seja, saiu do campo da percepção que a mulher tem da violência para a inclusão de indicadores de vivência, violência digital, presença de testemunhas, impacto das agressões e recortes ampliados, incluindo mulheres trans e mulheres com deficiência.

Entre as inovações apontadas na mostra, a violência digital atingiu 10% do total das brasileiras com 16 anos ou mais, que disseram ter sofrido algum tipo de abuso no último ano.

Com essa edição histórica, o DataSenado reforça seu papel estratégico no monitoramento do tema ao longo de duas décadas de informações, que servem de referência nacional para o acompanhamento de políticas públicas na área. Um exemplo disso, foi a contribuição da primeira edição da mostra, realizada nos anos de 2005 e 2007, que teve os resultados usados como insumos na elaboração da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/ 2006).

O DataSenado entrevistou mais de 21,6 mil mulheres de 16 anos ou mais em todos os 26 estados e no Distrito Federal, entre os dias 16 de maio e 8 de julho de 2025, com margem de erro média de 0,69 ponto percentual.

Esta edição especial da Pesquisa levou em conta três formas de medir a violência:

Violência declarada na vida​
Quando a mulher responde “sim” à pergunta direta: “Você já sofreu violência doméstica ou familiar?”​

Violência declarada nos últimos 12 meses​
Quando ela diz que houve algum episódio de violência doméstica ou familiar no último ano.​

Violência vivida nos últimos 12 meses​
Quando ela relata ter passado por uma das 19 situações de agressão listadas (13 violências domésticas/familiares e 6 digitais), como insultos, humilhações, ameaças etc.

Entre os resultados medidos nas três formas de violência, se destacam:

Violência declarada na vida - A proporção de mulheres entrevistadas que declararam ter sofrido violência doméstica ou familiar ao longo da vida caiu de 34% na edição de 2023 para 33% na edição de 2025.

Violência sofrida nos últimos 12 meses – O quantitativo de mulheres que afirmam ter sofrido violência doméstica ou familiar no último ano sofreu redução quando comparamos os índices das duas últimas edições, de 2023 e 2025, de 7% para 4%.

Violências vividas, mesmo sem ter percepção, nos últimos 12 meses - Quando analisadas situações específicas de violência, considerando 13 situações, 33% das brasileiras relataram ter vivenciado ao menos uma forma de agressão nos últimos 12 meses, ainda que muitas não reconheçam esses episódios como violência.

Entre os destaques inéditos na edição de 2025, pela primeira vez avaliada de forma ampliada, a violência digital atingiu 10% das brasileiras ouvidas pela mostra. As agressões mais comuns incluem mensagens ofensivas e ameaçadoras de forma recorrentes; invasão de contas e disseminação de mentiras nas redes sociais, sendo que a utilização de imagens íntimas para chantagear as vítimas dobrou de 1%, em 2023, para 2%, em 2025.

Recorrência do ciclo da violência - Ao considerar os últimos 12 meses, 58% das mulheres relataram que sofrem violência há mais de um ano, revelando ciclos prolongados de agressão. Além disso, 38% afirmam ter sido agredidas pela primeira vez antes dos 20 anos de idade.

Percepções sobre aumento de violência e desigualdade cresceu – O quantitativo de brasileiras que acreditam que a violência contra mulheres aumentou voltou a subir, alcançando um patamar de 79% em 2025, e 5 pontos percentuais a mais que em 2023.

Brasil é “muito machista” - O percentual de mulheres que consideram o Brasil um país “muito machista” subiu de 62% para 70%, de 2023 a 2025.

Reação e busca por ajuda após a agressão sofrida nos últimos 12 meses: 57% procuraram ajuda da família;
53% buscaram a igreja;
28% denunciaram em uma Delegacia da Mulher;
11% ligaram para o 180;
Apenas 5% não procuraram qualquer tipo de socorro.

Ao medir os índices das mulheres que pediram medida protetiva, foi percebido que: 20% afirmam que a medida foi cumprida;
17% dizem que ela foi descumprida;
62% não solicitaram medida protetiva.

Metodologia utilizada – Para a realização das pesquisas, o DataSenado utiliza uma metodologia consolidada, que aponta os cuidados resguardados na abordagem do tema e o respeito pelo público-alvo: Entrevistas por telefone, com mulheres de todas as regiões do Brasil realizadas por mulheres capacitadas para a abordagem;
Amostra representativa da população feminina adulta;
Questionário replicado ao longo dos anos, possibilitando análises comparativas e a formação da série histórica;
Garantia de sigilo e segurança das entrevistadas, essenciais para o relato de temas sensíveis
Indicadores estatísticos com margem de erro e nível de confiança padronizados.

Mais informações:

Assessoria de Imprensa

Secretaria de Comunicação Social (Secom)
Telefone: +55 (61) 3303-3966 e Celular/WhatsApp: +55 (61) 99837-4366

E-mail: imprensa@senado.leg.br

 SERVIÇO

Edição histórica de Pesquisa Nacional sobre Violência contra a Mulher marca 20 anos do Instituto DataSenado 

Dia e horário: 27/11/2025, 14h 

Local: Plenário do Senado Federal

Transmissão: ao vivo pela TV Senado em canal aberto e no Youtube


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