Deborah Hulak é um exemplo de empoderamento feminino diante da violência. Seu relato é um exemplo para outras mulheres
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Ciara Carvalho
JC Online
Ela não esperou o pior. Deu um basta quando, em um ataque de ciúmes, ele disparou:
“Se encontrar você com outro homem, eu te mato.”

Não é uma decisão fácil. Muito menos comum. Sobretudo na classe social que Deborah faz parte. Em geral, a violência contra a mulher e, consequentemente, a exposição dessa violência, tende a ser associada à condição de pobreza. A própria iniciativa de procurar uma delegacia para denunciar a agressão costuma ser evitada pelas mulheres que possuem uma condição econômica mais favorável. Deborah diz que, embora esse comportamento seja frequente, ele lhe causa estranheza. “Sinceramente, eu acho que é mais por uma questão de vaidade. Dessa mulher estar numa condição social onde o julgamento do outro parece ser mais importante. De não querer se expor para os vizinhos, no âmbito social, no trabalho. Você quer mostrar que está tudo sempre muito bem.” Ao agir dessa forma, no entanto, Deborah diz que a mulher não percebe que alimenta a violência contra ela mesma. “Esse aprisionamento só dá mais poder ao agressor. Se ela não toma uma atitude para barrar esse tipo de ação, então, sem querer, fomenta isso.”