Proteste “reprova” o Parque Dois Irmãos

Antônio Assis
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Marcílio Albuquerque
Folha

O parque zoológico de Dois Irmãos, no Recife, apresenta problemas estruturais, comprometendo a segurança dos visitantes e dos animais. É o que aponta um levantamento produzido pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), que avaliou os equipamentos em cinco capitais do País.

No Estado, as falhas incluem grades enferrujadas, ausência de barras de proteção e saídas de emergência, obras sem sinalização, placas apagagdas, além de condições precárias de higiene. O documento aponta facilidades no acesso, sobretudo de crianças, em jaulas de animais de grande porte, evidenciando o perigo de acidentes, como aconteceu nos Estados Unidos. A entidade acionou órgãos como o Ibama e Corpo de Bombeiros.

“Foram identificados erros graves, como a ausência de cuidados e atendimento as normas técnicas de segurança. Em vários trechos faltam extintores de incêndio, isolamento e também monitores. Com o parque repleto de famílias, crianças se colocavam muito próximas dos animais, em recintos suscetíveis a ataques”, explicou a engenheira de segurança do Proteste, Viviane Terra. Segundo ela, o relatório produzido pelos técnicos que vieram ao Recife reforça o despreparo para receber o público e, ainda, animais confinados em ambientes que pouco lembram seus habitats naturais. 

Quarenta mil pessoas visitam, mensalmente, o parque Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife, que acomoda cerca de 600 animais. Ao custo de R$ 9,5 milhões, o Estado realiza a construção de novos prédios, incluindo o setor de quarentena e uma clinica veterinária. A expectativa, no entanto, é para 2017. Já as áreas dos gradis, assim como a instalação de câmeras e sinalização, ainda aguardam o término de projetos, devendo avançar por 2018. 

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente busca parcerias com a iniciativa privada. “Temos um parque com 77 anos e que nunca foi submetido a uma grande reforma. Temos tomado as providências para oferecer o melhor, entendendo que ao término da requalificação tudo estará sanado”, explicou o gestor do parque, George Barros. Ele disse não ter sido notificado sobre a avaliação.

Zona de perigo
O biólogo e mestre em zoologia pernambucano, Igor Morais, que integra o grupo ativista Por Um Novo Dois Irmãos, disse que as condições de precariedade já vêm sendo apontadas desde 2014. “O muro dos ursos pardos, por exemplo, tem grandes rachaduras, podendo ruir a qualquer momento. No recinto das onças, parte da estrutura ameaça desabar. Nem mesmo equipamentos o parque dispõe para conter o animal em uma situação de emergência”. 

Para o Proteste, em locais onde as pessoas buscam lazer e diversão, há uma maior tendência de se “desligar” de alguns itens de segurança, sendo preciso redobrar a atenção. “Sempre que ocorrem obras de manutenção em um zoológico, os visitantes e funcionários são expostos a novos riscos. Os animais também são prejudicados, pois a rotina dos mesmos tende a ser modificada, além de serem expostos a novos ruídos”, disse Viviane Terra, que elenca outros problemas: “Acessamos áreas em demolição, com cacos de vidro e vergalhões enferrujados.

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