Aumenta o número de famílias chefiadas apenas por mulheres

Antônio Assis
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Foto: Heudes Régis/JC Imagem

Gleide Ângelo
JC Online

Caros leitores, 

No artigo de hoje falarei sobre o crescente número de famílias que são chefiadas apenas por mulheres. Há diversos fatores que contribuem para que a mulher assuma sozinha a manutenção da casa e a criação dos filhos. Algumas mulheres escolhem cuidar sozinhas dos seus filhos, outras não escolhem e são obrigadas a viver essa dura realidade de arcar com a responsabilidade de criar sozinha os filhos, e muitas vezes sem nenhuma contribuição financeira do companheiro. 

Um fator que recentemente vem chamando a atenção da sociedade é o caso de mulheres que estão sendo abandonadas pelos companheiros, quando ele descobre que o filho nasceu com microcefalia. Em Pernambuco, o número de mulheres abandonadas chamou a atenção até dos médicos. O que muitos homens alegam é que a mulher é a “culpada” do filho nascer doente e não aguentam o problema que será enfrentado e vão embora, deixando a mulher com toda a responsabilidade de cuidar sozinha da criança. 

QUANTIDADE DE MULHERES QUE CHEFIAM A CASA NO BRASIL 

Conforme o resultado do último Censo Demográfico 2010 do IBGE, das 50,0 milhões de famílias (únicas e conviventes principais) que residiam em domicílios particulares em 2010, 37,3% tinham a mulher como responsável. Este indicador se eleva ligeiramente a 39,3% para famílias em áreas urbanas e diminuiu consideravelmente (24,8%) para famílias em áreas rurais.

Nas famílias formadas pelo responsável sem cônjuge e com filhos, as mulheres foram maioria na condição de responsável (87,4%). No caso da Habitação, a responsabilidade feminina cresceu de 24,9% para 38,7% dos domicílios.

MULHERES SÃO ABANDONADAS PELOS COMPANHEIROS 

Há muitos casos em que as mulheres não escolhem criar os filhos sozinhas. Há mulheres que têm os companheiros presos por diversos tipos de crimes e criam os filhos sozinhas, sem nenhuma ajuda financeira. E, ainda mais grave é quando a mulher também entra na criminalidade por influência do companheiro, e também é presa, deixando os filhos sozinhos e abandonados. 

Outro fator de abandono é depois que a mulher engravida. Muitos homens não querem a responsabilidade de ter um filho e vão embora sem Outro fator de abandono é depois que a mulher engravida. Muitos contribuir financeiramente com o sustento do filho. Com o surgimento da microcefalia, o número de abandono de mulheres aumentou vertiginosamente, chamando a atenção das autoridades de todo o mundo. E o maior percentual de abandono foi no Estado de Pernambuco. 

A psicóloga Júlia Reis do Instituto Baiano de Reabilitação que cuida de mães e crianças com microcefalia, conta que a atenção dela é direcionada principalmente, às mães, já que se deparam com uma situação "O trabalho diferencial da psicologia é dar razão a essas mães. 

"O trabalho diferencial da psicóloga é dar razão a essas mães. Elas têm razão de estarem preocupadas e de se sentirem desesperadas, em algum momento e, ao mesmo tempo, [o trabalho é] acolher esse sofrimento, trabalhar todo esse sofrimento, levando-as a estimular seus filhos, a vê-los não como uma patologia ou uma microcefalia, mas como um filho delas".

Por isso, é importante que as mulheres tenham conhecimento dos seus direitos. Mesmo se o homem abandonar a mulher, ele terá obrigação de arcar com as despesas do filho. Se ele deixar a mulher ainda grávida e não quiser registrar o filho, a mulher poderá procurar a Defensoria do Pública do Estado para regularizar a paternidade da criança e para que o pai contribua financeiramente para o sustento do filho. 

As mulheres têm o direito de buscar uma melhor qualidade de vida para elas e para os filhos. Existem leis que amparam a mulher e os filhos.Por isso, se você foi abandonada com o filho e o pai da criança não registrou o filho e não quer contribuir financeiramente, busque os seus direitos e do seu filho. O homem não é obrigado a ficar com a mulher, mas é obrigado a contribuir financeiramente nas despesas dos filhos. 

A palavra de hoje para você é SUPERAÇÃO. Por mais magoada e decepcionada que você esteja, pense que o seu filho tem direitos protegidos por lei. Então, não abra mão desse direito, o seu filho merece ter uma melhor qualidade de vida e você tem o direito de viver, e não apenas sobreviver ! 

Você não está sozinha. Busque ajuda nos Centros de Referência:

» Centro de Referência Clarice Lispector – (81) 3355.3008/ 3009 / 3010 
» Centro de Referência da Mulher Maristela Just - (81) 3468.2485
» Centro de Referência da Mulher Márcia Dangremon - 0800.281.2008
» Centro de Referência Maria Purcina Siqueira Souto de Atendimento à Mulher – (81) 3524.9107
» Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal - 180
» Polícia – 190 (se a violência estiver ocorrendo)

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