Dia 11 de outubro é lembrado como o Dia da Pessoa com Deficiência Física. Segundo dados do Censo de 2010, o Brasil possui mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que representa 23,92% da população. Deste total, mais de 13 milhões são deficientes físicos.
Para a Organização das Nações Unidas (ONU), é considerada pessoa com deficiência aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem ter obstruída sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.
Com objetivo de equiparar as oportunidades oferecidas a essa população, o Governo Federal, em parceria com 15 ministérios, lançou em 2011 o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Viver sem Limite. As ações do plano estão articuladas em quatro eixos temáticos: educação, saúde, inclusão social e acessibilidade. A política preconiza que a inclusão deve ser feita por ações da comunidade com a transformação de ambientes, eliminando barreiras arquitetônicas e de atitudes, que impedem a efetiva participação social desta população. Além disso, buscar reabilitar a pessoa com deficiência na sua capacidade funcional e desempenho, protegendo a saúde e prevenindo agravos que determinem o aparecimento de deficiências.

De acordo com suas características, as pessoas com deficiência têm direito ao encaminhamento para serviços mais complexos; a receber assistência específica nas unidades especializadas de média e alta complexidade; como também às ajudas técnicas, órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção de que necessitem, complementando o trabalho de reabilitação e as terapias.
O Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo (Crefes), voltado para reabilitação física e auditiva, é um destes locais de atendimento. Mensalmente, o centro oferece reabilitação para uma média de 15 mil pacientes por mês, entre internações e atividades fisioterápicas. Além deste trabalho, realiza a concessão de órteses, meios auxiliares de locomoção (cadeira de rodas, cadeiras higiênicas, andadores, muletas, coletes, entre outros) e de próteses auditivas, mamárias e de membros superiores e inferiores.
Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo (Crefes) Foto: Secretária de Saúde do Espírito Santo
Fabrícia Forza, diretora geral do Crefes, conta que o atendimento é feito por uma equipe multiprofissional que acompanha de perto as necessidades de cada paciente. “O atendimento começa na unidade ambulatorial, que ajuda na recuperação de traumas ortopédicos e encaminha para o tratamento adequado. Depois da triagem, o paciente pode participar de várias escolas. Como por exemplo, a Escola de Coluna, que ajuda a melhorar a qualidade de vida dos pacientes ensinando formas mais adequadas de sentar e realizar atividades do dia a dia, por exemplo. Temos também um ginásio para fisioterapia, hidroterapia com água aquecida, musicoterapia. Outro destaque é o programa voltado para a conscientização corporal e independência, na medida do possível, para o paciente traumatizado poder ter uma melhor qualidade de vida. O acompanhamento não se limita apenas ao centro, temos ainda uma equipe que acompanha o paciente no momento da alta e da volta para a casa. Como muitos dos pacientes tem novas limitações, vamos à casa das pessoas auxiliar e conferir as questões de mobilidade, para saber se o ambiente está pronto para receber a pessoa”, conta.
A sociedade civil organizada também colabora bastante com o tratamento e recuperação de pessoas com deficiência. Patrícia Galoni é fundadora da organização não governamental Vidas, criada para proporcionar oportunidades de socialização e desenvolvimento para criança e adolescente com deficiência física, por meio da prática de atividade física, esportiva, de convivência e de lazer. “Sou mãe do Gabriel, que hoje tem 14 anos, e é cadeirante. Sempre achei que a socialização de uma criança com deficiência é muito diferente e é um desafio muito maior de que uma criança que não tem. O fato dele ter poucos amigos e de não ter muito contato com pessoas como ele estava atrapalhando o desenvolvimento. Me coloquei no lugar dele e pensei como seria meu dia se todas as pessoas com as quais eu cruzasse fossem diferentes de mim”, conta. Seis anos depois da fundação, a Vidas apoia não só a pessoa com deficiência, como também os familiares. Por isso, além das atividades, oferecem oportunidades de sensibilização e convivência, tais como oficinas de artesanato, teatro, música, aulas de yoga e expressão corporal, grupos de discussão e trocas de experiência, palestras, e várias outras atividades.
Toda pessoa com deficiência tem o direto de ser atendida nos serviços de saúde do SUS, desde os Postos de Saúde e Unidades de Saúde da Família, até os Serviços de Reabilitação e Hospitais. Para o atendimento, é importante procurar uma Unidade de Saúde próxima ao local de residência, cadastrar-se como usuário e fazer uma avaliação do estado geral de saúde. Essa unidade básica será responsável pelo acompanhamento permanente de seus usuários e o encaminhamento para serviços mais complexos. Saiba mais sobre o atendimento no site.
Fonte: Gabriela Rocha/ Blog da Saúde